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Escândalo

Roriz pede arquivamento de investigação na Corregedoria

Agência Câmara
28 mar 2011 às 21:07

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O advogado da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), Eduardo Alckmin, pediu nesta segunda-feira (28) o arquivamento da investigação contra a deputada na Corregedoria da Câmara. Segundo Alckmin, Jaqueline preferiu não se manifestar sobre as denúncias de recebimento de dinheiro ilícito na peça de defesa por considerar a investigação na Corregedoria "inócua".

O argumento do advogado é que a investigação está prejudicada porque o seu objetivo seria somente provocar a abertura de um processo disciplinar no Conselho de Ética da Casa. "Como a deputada já responde por um processo no conselho, não há por que continuar com as investigações da Corregedoria", disse.

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Jaqueline, que foi filmada recebendo dinheiro de Durval Barbosa, operador e delator do esquema conhecido como "mensalão do DEM", está sendo investigada pela Corregedoria e, ao mesmo tempo, responde a processo no Conselho de Ética.

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O colegiado pode processar um parlamentar por quebra de decoro em dois casos: quando é provocado pela Mesa, após investigação da Corregedoria, e quando recebe representação direta de partido político. No caso de Jaqueline, o processo no conselho foi aberto em razão da representação apresentada pelo Psol.

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A defesa será agora analisada pelo corregedor da Câmara, Eduardo da Fonte (PP-PE). A assessoria do corregedor informou que ele só irá se manifestar sobre o pedido de arquivamento após examinar o documento, nos próximos dias.


Conselho de Ética
Eduardo Alckmin confirmou que irá apresentar a defesa de Jaqueline ao Conselho de Ética nesta terça-feira (29), em reunião com o relator do caso, Carlos Sampaio (PSDB-SP), e o presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PDT-BA). O advogado adiantou que, na defesa, irá argumentar que a deputada não pode ser processada no conselho por atos cometidos antes do início do mandato na Câmara. Na época das filmagens, em 2006, Jaqueline era candidata a deputada distrital.

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Sampaio afirmou, na semana passada, que não quer adiantar sua posição sobre o caso, mas que há precedentes que autorizam o processo em razão de fatos cometidos antes do mandato.


A defesa de Jaqueline será apresentada antes mesmo de a deputada ser notificada pelo conselho. De acordo com o Regimento Interno, a parlamentar tem o prazo de cinco sessões ordinárias, a partir da notificação, para apresentar sua defesa. "Vamos apresentar logo para que não reste dúvida de que não há nenhum intuito protelatório", disse Alckmin.

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Verbas indenizatórias
O advogado disse que não foi informado oficialmente do aditivo feito pelo Psol à representação recebida pelo Conselho de Ética. No aditivo, o partido pede que o colegiado investigue também denúncia de uso irregular de verbas indenizatórias da Câmara.


Conforme a denúncia, publicada pela imprensa, a deputada teria usado verba da Câmara para pagar R$ 1.120,74 em despesas de uma sala comercial do seu marido, Manoel Neto. Nesse caso, a suposta irregularidade teria ocorrido durante o mandato de Jaqueline como deputada federal.

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Eduardo Alckmin adiantou que não irá tratar do assunto na defesa que será apresentada nesta terça ao Conselho de Ética.


Afastamento
Jaqueline Roriz está ausente da Câmara pelo menos desde o dia 14 de março, quando ela apresentou um atestado médico com validade de cinco dias. Na última quinta-feira (24), a deputada apresentou um novo pedido de licença médica à Mesa, cujo recebimento foi recusado. Eduardo Alckmin não soube afirmar se a deputada apresentaria um novo atestado, mas disse que ela está "sem condições psicológicas" de comparecer à Câmara.

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"Ela está muito abalada com os eventos recentes e, logo que se restabelecer, retornará", disse. Alckmin se referiu aos problemas cardíacos enfrentados pelo pai de Jaqueline, o ex-governador e ex-senador Joaquim Roriz. Ele foi submetido a um cateterismo no último dia 21, em São Paulo. Segundo o advogado, Jaqueline está à disposição do serviço médico da Câmara, caso seja necessária uma perícia.


Medidas judiciais
Alckmin não descartou a possibilidade de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o recebimento da representação do Psol pelo Conselho de Ética. O argumento seria o mesmo que será apresentado ao colegiado: que não há como abrir processo em razão de fato cometido antes do início do mandato.

Segundo Alckmin, a deputada deveria ser investigada somente pelo Poder Judiciário. "O vídeo com imagens da deputada impressiona, mas há instâncias adequadas para que ela responda, não a Câmara. A legislação estabelece regras para que as pessoas sejam julgadas e isso não pode ser deixado de lado".


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