As secretarias de Estado hoje abrigadas no edifício Castelo Branco, na Rua Marechal Hermes, no Centro Cívico, em Curitiba, vão ter de mudar de local num prazo médio de dois meses. As pastas que ficam no prédio, como a de Assuntos Estratégicos, Administração, Procuradoria Geral e Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), serão transferidas para o conglomerado Banestado, no bairro Santa Cândida, também na Capital. Com a mudança, o Edifício Castelo Branco passará a abrigar um museu ou então um centro cultural.
O secretário da Administração, Ricardo Smijtink, explica que a mudança está sendo feita porque o governo quer criar um "centro administrativo" no conglomerado, onde não precisa pagar aluguel. "As pastas que vão para lá não são de atendimento ao público, por isso não precisam ficar na região central", justifica. Ele está negociando parte do espaço do conglomerado com o Itaú, novo controlador do banco paranaense. O Itaú vai continuar ocupando algumas salas. O governo do Estado tem direito a ocupar, em regime de comodato, salas do conglomerado por um período de quinze anos, segundo Smijtink. "Ainda estamos acertando os detalhes, mas dentro de dois meses a mudança deve ser feita", calcula Smijtink.
A Folha apurou que diversos setores que funcionam no Castelo Branco já estão sendo informados que terão de desocupar o edifício até o final de março, no máximo. A tese de transferir a sede das secretarias foi aventada no final do ano passado, quando da privatização do Banestado. E tomou força nas últimas semanas. O secretário afirma que o Castelo Branco não é um prédio "funcional" para abrigar secretarias. O edifício praticamente não tem janelas e muitas salas ficam no subsolo. "No verão é muito calor e no inverno muito frio", comenta.
Leia mais:
Filho de autor de atentado em Brasília presta depoimento à PF em Londrina
Diretor-geral da PF endossa Moraes e relaciona atentado ao 8 de janeiro
Bolsonaro fala em 'fato isolado' e diz que explosões em Brasília devem levar a reflexão
Novo Código de Obras é debatido em audiência pública na Câmara
Segundo Smijtink, o governador Jaime Lerner (PFL) ainda não definiu o que será feito com o espaço no Castelo Branco. "O governador ainda está estudando algumas alternativas com a Secretaria da Cultura, mas poderá ser um museu", comenta o secretário da Administração. A secretária da Cultura, Monica Rischbieter, diz que as avaliações estão a cargo da assessoria do governador, mas confirma que o museu Guggenheim é uma possibilidade. O Paraná disputa com alguns estados brasileiros a construção de uma filial do museu alemão na América Latina.
Além do Castelo Branco, as secretarias que estão no prédio Affonso Camargo, também no Centro Cívico e ao lado do Edifício Castelo Branco, serão relocadas dentro de aproximadamente 180 dias. As secretarias da Criança e Assuntos da Família, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Indústria e Comércio, Ouvidoria Geral do Estado, Conselho da Mulher, além de autarquias, vão para o conglomerado Banestado. O edifício Affonso Camargo - com quatro andares - vai receber o Ministério Público, e posteriormente a PIC (Promotoria de Investigações Criminais) - que, a princípio, vai ficar em uma casa alugada, segundo Smijtink. Essa foi a solução emergencial encontrada para abrigar a PIC, cuja sede foi destruída por um incêndio no final do ano passado.