O secretário de Estado de Direitos Humanos, Paulo Sérgio Pinheiro, considera um ''um desastre para a luta contra o crime organizado'' a cassação da candidatura à reeleição do governador do Acre, Jorge Viana, do PT. O secretário disse ter ''esperança'' de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) derrube a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Acre, que impugnou a candidatura de Viana. ''Estou perplexo com a contaminação do processo político pelas articulações do crime organizado'', afirmou.
Em Rio Branco, o delegado Paulo Fernando Bezerra tomou posse no cargo de superintendente regional da Polícia Federal. Viana fez questão de mandar ser representado por autoridades da área de segurança pública de seu governo, a fim de evitar novos estremecimentos. O governador continua conversando com o governo federal sobre o comando da PF no Acre. Bezerra foi indicado pelo PMDB, graças à intervenção do ex-superintendente da PF Glorivan de Oliveira.
Para o secretário de Direitos Humanos, a eventual retirada do governador da campanha, e, provavelmente do futuro Governo do Acre, provocaria danos ao Estado. ''Seria um desastre para a luta contra o crime organizado e para o saneamento da vida pública no Acre. Um atentado à luta na qual, até agora, o governo federal tem sido vitorioso'', emendou.
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Pinheiro não quer pensar na hipótese da saída de Jorge Viana. E lembrou, enfático: ''É bom não esquecer que na esteira desta luta o governo federal acompanha com ansiedade a decisão sobre a cassação do governador Jorge Viana''. No início da noite, o governador Jorge Viana encontrou-se com o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, também procurador-geral eleitoral. ''Vou pedir reforços para o Ministério Público nesse período eleitoral'', adiantou Viana, antes da audiência. O governador quer também o envio de nova força-tarefa federal ao Acre.
O corregedor eleitoral do Acre, juiz Pedro Francisco da Silva, indeferiu ontem novo pedido do Movimento Democrático Acreano (PMDB-PFL-PPB). A oposição ao governo do Acre queria proibir Viana de usar a máquina administrativa também durante as ações de governo, segundo o juiz.