A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou nesta quinta requerimento do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) em que faz um "apelo" ao governo americano para exigir o imediato fechamento da prisão de Guantánamo e o fim do bloqueio econômico e comercial de Cuba, vigente há mais de 50 anos. Logo em seguida, no entanto, os senadores rejeitaram outro requerimento de Suplicy, solicitando que o colegiado cobrasse do governo cubano um "indulto geral" para os presos políticos no país, autorizasse todos os habitantes da ilha a entrar e sair de Cuba, com menção especial à permissão para a saída da blogueira Yoani Sánchez, uma das maiores críticas do atual regime.
Em relação à segunda proposta, apenas Suplicy e os senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Ana Amélia (PP-RS) votaram a favor, entre os dez senadores presentes. "Respeito Cuba e não gostaria que entrássemos em questões internas daquele país", criticou a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). Os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Delcídio Amaral (PT-MS) e o presidente da comissão, Fernando Collor (PTB-AL) também consideraram o pedido uma invasão em assuntos internos cubanos.
Na justificativa feita para o primeiro requerimento, Suplicy lembrou que a desativação da prisão em Guantánamo foi uma promessa feita pelo presidente Barack Obama. "Da mesma forma, sugerimos que os presos que lá se encontrem sejam submetidos a um julgamento justo, transparente e com amplo direito à defesa, como determina a Declaração Universal dos Direitos Humanos e como consagra, brilhantemente, a Constituição dos Estados Unidos da América", afirmou.
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A comissão aprovou ainda um pedido para que o governo norte-americano liberte cinco cidadãos cubanos presos nos Estados Unidos, segundo Suplicy, por motivos políticos: Tony Guerrero, Fernando González, Ramón Labañino, Gerado Hernández Nordelo e René González. Eles são personagens do livro "Os últimos soldados da Guerra Fria", de Fernando Morais, que conta a história de agentes infiltrados por Cuba em organizações dos Estados Unidos. Esse requerimento ainda terá de passar por uma votação no plenário do Senado.