Os senadores do PT Paulo Paim (RS) e Walter Pinheiro (BA) vão lançar na tarde desta terça-feira (16) uma campanha de mobilização para que a presidente Dilma Rousseff não vete a proposta que acaba com o fator previdenciário. Com os dizeres "Não vete Dilma" e "Diga sim à fórmula 85/95", a dupla - que passou a segunda-feira, 15, em contato com representantes do meio sindical - cobrará de Dilma que mantenha o texto aprovado pelo Congresso na Medida Provisória 664.
Estão previstas ações na internet, como o uso de redes sociais, e também pessoalmente, tentando convencer os parlamentares a fazer coro pelo não veto da presidente. A intenção do grupo também é apoiar a vigília que representantes das centrais sindicais vão fazer na terça-feira em frente ao Palácio do Planalto. Dilma tem até quarta-feira para decidir se vai recusar a fórmula 85/95, que permite a aposentadoria integral quando a soma da idade e do tempo de contribuição atingir 85 (mulheres) ou 95 (homens).
Os dois petistas vão conceder uma entrevista coletiva às 15 horas para apresentar a estratégia a fim de garantir a manutenção da fórmula. A ideia é pressionar, via Congresso, que Dilma não vete a proposta. Se isso ocorrer, vão deflagrar a partir da quarta-feira ações para garantir apoio de parlamentares ê dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para a derrubada do veto. Cunha e Renan já se mostraram favoráveis à queda.
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Walter Pinheiro criticou o fato de o governo não ter apresentado hoje nenhuma proposta para a solução do impasse após a reunião com os representantes de centrais sindicais no Palácio do Planalto.
"Ficou evidente que o governo não conseguiu elaborar absolutamente nada até agora", disse Pinheiro. "Temos 'no barato' cinco meses que o governo não consegue apresentar uma fórmula ou nada, o que só mostra que a ideia central do Executivo é deixar como está", completou ele, referindo-se à pouca vontade do governo de propor uma alternativa ao fim do fator.
Paim e Pinheiro são autores da emenda que previa a fórmula 85/95, recusada inicialmente pela comissão mista da Medida Provisória 664. A iniciativa, entretanto, foi incorporada pela Câmara, quando a MP foi analisada pelos deputados.
O movimento de senadores preocupa o Palácio do Planalto. Um ministro palaciano avalia que a presidente corre "grandes" riscos de o veto ser derrubado pelo Congresso. A área econômica do governo, entretanto, defende o veto para que o sistema previdenciário não quebre.