O pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra (PSDB), não somente reafirmou hoje, em Olinda (PE), que a Bolívia faz "corpo mole" no combate ao tráfico de drogas, como considerou "não valer uma nota de três reais" a declaração do Ministério das Relações Exteriores da Bolívia que avaliou seu posicionamento sobre o assunto como "político-eleitoral".
"Quando entro numa briga é para valer, não tenho receio de enfrentar adversários e a coca tem do seu lado defensores e aproveitadores poderosos", afirmou em entrevista, depois da festa de lançamento da pré-candidatura do seu aliado, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) ao governo de Pernambuco.
"Eu acho que o governo brasileiro deve pressionar o governo boliviano fortemente, não pela força, mas pela pressão moral, no sentido de que combata a exportação da coca para o Brasil", defendeu, ao avaliar ser "impossível" a Bolívia exportar 70, 80, 90 por cento da cocaína que se consome no Brasil sem que "o seu governo lá faça corpo mole".
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Para ele, para se poupar a juventude brasileira "desta verdadeira peste, desta praga que é a cocaína e o crack, é preciso atuar nas origens". "Não é só reprimir o traficante local, não é só fazer o tratamento do jovem". "Combater contrabando é muito difícil, mas é mais fácil combater o contrabando no país de origem que no de destino, porque tem uma cadeia produtiva, tem a colheita, o transporte, a manufatura", completou.
Vice
Diante da reafirmação do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, de não aceitar ser candidato a vice, Serra frisou nunca ter feito a proposta a ninguém.
"É um assunto que vamos resolver tranquilamente, temos todo junho", afirmou ao lembrar que "a pior coisa que tem para um político que está no governo é ter um vice que faz aporrinhação, porque é infernal".
O tucano disse que o senador Marco Maciel (DEM) - que tenta a reeleição na chapa de Jarbas - virou um padrão de referência do vice ideal, como vice do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: "quieto, discreto, cooperativo e de confiança".