Em depoimento à CPI do Banestado, nesta quinta-feira, em Curitiba, o presidente do Banco Itaú, Roberto Egydio Setúbal, afirmou ter pago ao governo do Paraná entre R$ 80 milhões e R$ 90 milhões no segundo semestre de 2002, para manter por mais cinco anos - além dos cinco previstos após a privatização do banco estadual - a exclusividade da movimentação das contas do Estado.
Os deputados que participam da Comissão disseram que não sabiam da movimentação, já que ela não constava no balanço do banco. Setúbal afirmou que pode apresentar documento que comprove a transação posteriormente.
Os deputados deram a ele um prazo de 5 dias úteis para apresentar algum recibo ou contrato que comprove esse pagamento. Segundo o próprio presidente do Itaú, o Banerj - banco estadual do Rio de Janeiro - teria recebido R$ 186 milhões do Itaú por negócio semelhante (o Itaú também adquiriu o Banerj). Ele não explicou por que o governo paranaense recebeu menos da metade desse valor.
Leia mais:
Indiciamento de Bolsonaro alavanca outras candidaturas de direita no Brasil
Bolsonaro rebate Eduardo e, mesmo inelegível, diz ser 'plano A, B e C' para 2026
Sede da Câmara de Londrina será entregue dia 10 e vai receber posse, diz presidente
Deputados paranaenses confirmam emendas para o Teatro Municipal de Londrina
O advogado de Setúbal, René Dotti, disse que a privatização do Banestado jamais poderá ser cancelada - como havia sugerido o procurador da República Luiz Francisco de Souza, em depoimento à mesma CPI.
Segundo Dotti, o cancelamento não é possível porque não teria havido qualquer irregularidade no negócio por parte do Itaú. Ele disse que, se houve irregularidade, foi por parte do governo estadual, que seria, então, o responsabilizado.