A investigação aberta pela Casa Civil para apurar tráfico de influência de dois assessores da ex-ministra Erenice Guerra terminou sem recomendar qualquer punição. A sindicância concluiu que não há provas de irregularidades cometidas pelos servidores Vinicius Castro e Stevan Knezevic, que trabalhavam com Erenice no Palácio do Planalto. O escândalo derrubou a então ministra da Casa Civil em setembro, durante a campanha eleitoral.
Vinicius Castro botou a mãe como sócia numa empresa de consultoria em Brasília - Capital Assessoria e Consultoria - em sociedade com Saulo Guerra, filho de Erenice. Outro filho da ex-ministra, Israel, era quem atuava com Vinicius no lobby e cobrança de comissão de empresas que tentavam fazer negócios com o governo. Cobravam uma taxa de 5% para fazer o "serviço". Após a revelação do caso, pela revista Veja, Vinicius pediu demissão do cargo. Stevan Knezevic foi devolvido à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), onde é servidor público.
Na sexta-feira passada, a Casa Civil abriu um processo disciplinar para apurar as relações de um convênio firmando com a Unicel, empresa que tem o marido de Erenice como consultor. Segundo a assessoria do Palácio do Planalto, essa foi a única conclusão da sindicância aberta em outubro para apurar o tráfico de influência dos assessores de Erenice. O relatório final da apuração será enviado ao Ministério da Defesa, à Anac e à Comissão de Ética Pública da Presidência da República.
Leia mais:
Deputados paranaenses confirmam emendas para o Teatro Municipal de Londrina
Bolsonaro é plano A, posso ser o plano B, diz Eduardo sobre eleição de 2026
Comissão de Constituição e Justiça aprova projeto que transforma Detran em autarquia
Plano de precatórios garante economia milionária para Londrina
Reportagem da revista Veja mostrou em setembro que a Capital Assessoria e Consultoria fez lobby e cobrou propina para facilitar a vida da empresa Master Top Linhas Aéreas (MTA) em contratos com o governo. Conforme o Estado revelou depois, a MTA pertence ao argentino Alfonso Rios, que usou o coronel Eduardo Artur Rodrigues como testa de ferro na empresa no Brasil. Em agosto, o coronel assumiu a direção de Operações dos Correios indicado por Erenice Guerra.
Pressionada, Erenice pediu demissão da Casa Civil. Ela assumiu a pasta em fevereiro após Dilma deixar o seu comando para ser candidata a presidente. Erenice era o braço-direito da petista dentro do governo nos últimos cinco anos. Apesar da crise que abalou a campanha eleitoral à Presidência, ela esteve inclusive na cerimônia de posse de Dilma no último sábado e cumprimentou a nova presidente.