Em pronunciamento nesta quarta-feira (27) de manhã, no Palácio Iguaçu, o governador Beto Richa (PSDB) culpou o cenário econômico nacional pela crise que abateu as finanças do Estado e se defendeu das denúncias contra ele e a primeira-dama, Fernanda Richa. O pronunciamento foi feito antes da reunião mensal com os secretários de Estado. A imprensa acompanhou o discurso do governador, mas não pôde acompanhar a reunião com o primeiro escalão.
Beto começou o pronunciamento dizendo que o Brasil vive hoje a pior crise dos últimos tempos e disse que foi "traído" por uma sensação de estabilidade. "Fomos traídos em nossa confiança, acreditando que os dados oficiais servissem para revelar a verdade de um país promissor e não para ocultar contas públicas maquiadas. Nós, aqui no Paraná, acreditamos. Acreditamos que a contabilidade nacional não era uma peça de marketing, mas expressão da realidade", argumentou. Segundo o governador, foram com base nesses dados de junho de 2014 que o orçamento de 2015 do Paraná foi realizado. "Nos iludiram. E tivemos que agir rápido. Não ficamos de braços cruzados. Fizemos o dever de casa. Tivemos que tomar decisões difíceis. Adequamos, com muito sacrifício, a realidade do Paraná à perspectiva de um Brasil que enfrenta agora a combinação perversa de juros altos, inflação fora de controle e desemprego em marcha", explicou.
Segundo Beto, o momento mais duro do ajuste na economia paranaense está terminado, lembrando as medidas de austeridade enviadas para Assembleia Legislativa (AL) no começo do ano e aprovadas pelos deputados. Mas ressaltou que o Executivo continua adotando corte de gastos e garantiu que os pagamentos atrasados dos fornecedores e as obras de infraestrutura estão sendo retomadas gradativamente. Ressaltou ainda o corte de mil cargos comissionados. "Nosso objetivo é reaquecer a economia do Estado, criando empregos em todas as regiões, fortalecendo a atração de investimentos e a qualidade de nossa infraestrutura", disse.
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Em seu pronunciamento, Beto não adiantou o formato de reajuste que será oferecido aos servidores estaduais. Lembrando que o momento econômico impõe sacrifícios, ele ressaltou que "mesmo assim, estamos construindo uma solução que, tenho certeza, representa um novo avanço na valorização dos servidores públicos do Paraná"
Denúncias
Durante o pronunciamento, o governador rebateu as denúncias de que a sua campanha de reeleição recebeu dinheiro do esquema de corrupção apurado na Receita Estadual. Também defendeu a esposa, Fernanda Richa, que é secretária da Família e Desenvolvimento Social. Segundo uma denúncia anônima que está sendo apurada pelo Ministério Público (MP), a primeira dama também teria se beneficiado do mesmo esquema na Receita: "Tenho sofrido as mais terríveis agressões e maldades. Elas vêm daqueles que nos odeiam não por algo que fizemos de ruim, mas por tudo aquilo de bom que representamos. Na ânsia de me atingir, atacam até mesmo a minha mulher, agridem a decência, a ética e o respeito. Usam todas as táticas, todas as práticas, todas as armas. Como se não tivessem família, espancam publicamente os fatos e conspiram contra a verdade. Cavalgam as versões e promovem linchamentos morais com o objetivo declarado de ver suas teses triunfarem. Pouco importam os fundamentos. Porque o importante é condenar sumariamente". O governador disse ainda que responderá com trabalho as mentiras e os insultos que vêm recebendo.