Por unanimidade, os seis ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) consideraram improcedente a ação de PSDB e DEM (ex-PFL) contra a reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente do TSE, Marco Aurélio Mello, não excerceu seu direito de voto, que é opcional. Os dois partidos formavam a coligação Por um Brasil Decente, do candidato derrotado Geraldo Alckmin. Tucanos e democratas acusavam Lula de ter se favorecido da divulgação de um dossiê com supostas denúncias contra José Serra, então candidato do PSDB ao governo paulista, que acabou vencendo a eleição no primeiro turno.
O dossiê teria acusações da participação de Serra, quando ministro da Saúde, em um esquema de compra superfaturada de ambulâncias, que foi investigado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Sanguessugas. As informações são da Agência Brasil.
O relator do processo no TSE, César Asfor Rocha, considerou que a Polícia Federal não obteve provas de que o dinheiro usado para compra do dossiê tenha vindo do caixa do PT. O empresário Valdebram Padilha e o advogado Gedimar Passos foram detidos com US$ 248 mil e R$ 1,1 milhão tentando comprar o dossiê. Gedimar Passos é agente da Polícia Federal aposentado e trabalhava na campanha à reeleição de Lula, já Valdebran Padilha é ex-filiado ao PT.
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Rocha afirmou, ainda, que as notícias vinculadas na imprensa que serviram de base para a representação não podem ser consideradas como provas. A representação foi protocolada no TSE em 18 de setembro de 2006, dois dias após os petistas Valdebran e Gedimar serem presos em flagrante em um hotel em São Paulo.