Política

TSE vai quebrar sigilos de quem financia fake news sobre sistema eleitoral

03 ago 2021 às 16:18

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) está determinado a descobrir quem está financiando as fake news contra as urnas eletrônicas. Para isso, deve quebrar sigilos telefônicos e fiscais de envolvidos com a divulgação das notícias falsas, inclusive de auxiliares próximos ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), caso isso seja necessário.


Os magistrados pretendem determinar inclusive conduções coercitivas caso os investigados ou as testemunhas se recusem a depor no inquérito aberto na segunda (2) para investigar a disseminação de mentiras sobre o sistema eleitoral.


Um dos intimados deve ser o ministro da Justiça, Anderson Torres. Além dele, próprio presidente Jair Bolsonaro pode ser chamado a depor.


Magistrados acreditam que, como o objeto da investigação aberta pelo tribunal foi bem delimitado, será mais simples descobrir de onde vêm os recursos que financiam o que consideram uma farsa e curso, tendo como protagonista o presidente Bolsonaro, visto que as mentiras sobre a segurança do sistema de votação têm sido divulgadas em suas lives e pronunciamentos.


De forma anônima, elas são espalhadas em formatos de vídeos, fotos e textos bem elaborados. Alguns dos vídeos contam até com a representação de atores e figurantes, em filmagens feitas com pelo menos duas câmeras, boa iluminação, edição e acabamento, trazendo maior veracidade ao conteúdo falso.


Em um deles, um homem joga na loteria e exige um comprovante impresso que o atendente se nega a entregar, dizendo que a operação fica registrada "direto no sistema". A peça foi distribuída para vários grupos de Whatsapp que apoiam Bolsonaro e é apenas um dos vários exemplos de ataques que circulam nas redes.


A desconfiança é de que o bolsonarismo segue usando uma máquina profissional de fake news que alcança e pode ludibriar milhões de pessoas com informações falsas.


O nível dos ataques que o próprio tribunal tem sofrido também levam à desconfiança de que a rede bolsonarista tem usado robôs para disparar fake news envolvendo os ministros.​


A sugestão de abrir um inquérito administrativo partiu do corregedor-geral Eleitoral, ministro Luís Felipe Salomão. Além disso, o TSE enviou a live para o inquérito das fake news, que corre no STF, sob relatoria de Alexandre de Moraes.

As medidas foram as mais duras já tomadas até agora contra Bolsonaro. E deixam o presidente encurralado: investigado na esfera eleitoral, ele pode se tornar inelegível. Na criminal, pode ser condenado e cumprir pena.


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