Em depoimento à Polícia Federal em Cuiabá (MT), o empresário Luiz Antonio Vedoim, dono da Planam, empresa envolvida na máfia das sanguessugas, isentou nesta quinta-feira (21) o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, de qualquer envolvimento com o esquema de venda de ambulâncias superfaturadas durante sua gestão no Ministério da Saúde.
Ao falar sobre o dossiê antitucano, Vedoin desqualificou o documento, dizendo que o mesmo não apresenta nada de novo. E voltou a envolver o sucessor de Serra na pasta da Saúde, o tucano Barjas Negri, ao acusar o empresário Abel Pereira de negociar propinas para direcionar emendas parlamentares. Abel atuava como interlocutor de Negri no esquema, segundo Vedoin.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, Luiz Vedoin também disse que receberia somente R$ 1 milhão do R$1,75 milhão encontrado na semana passada, em São Paulo, com os petistas Valdebran Padilha e Gedimar Passos. Vedoin disse ter cobrado de Valdebran, há cerca de 90 dias, quando estava preso em Cuiabá, R$ 700 mil referentes à suposta compra de emendas ao Orçamento. Valdebran teria concordado em pagar o dinheiro e um pouco mais, em troca do dossiê.
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Vedoin, que chegou a ser solto mediante o benefício da delação premiada, voltou para a cadeia acusado de ocultar provas, após descoberta dos documentos contra Serra. Já Veldebran e Gedimar foram presos pela PF, mas acabaram liberados medidante decisão judicial no começo da semana.
Procurado pela reportagem para rebater as acusações, Abel Pereira não foi localizado. O empresário tucano, que procurou Vedoin no último dia 14 em Cuiabá, de acordo com escutas realizadas pela PF, já tinha negado qualquer envolvimento com os sanguessugas.
Vedoin disse que foi procurado na "semana retrasada" por Valdebran, Gedimar e o ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Afonso Veloso para tratar do dossiê.