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Cidade de Rubineia

Rio Paraná recua 200 metros e ruínas de cidade submersa ressurgem em SP

Marcelo Toledo - Folhapress
08 out 2021 às 11:26
- Rubens Cardia/Folhapress
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Submersa desde os anos 1970, a antiga cidade de Rubineia (a 632 km de São Paulo), que deixou de existir com o surgimento do reservatório da hidrelétrica de Ilha Solteira, voltou a ter ruínas visíveis nos últimos dias devido à seca no rio Paraná.

Pilares da plataforma de embarque da antiga estação ferroviária Presidente Vargas, que integrava a Estrada de Ferro Araraquara, e partes de uma antiga serraria podem ser vistos após o rio recuar cerca de 200 m em sua largura e ficar 5 m mais baixo que o habitual.

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O reservatório da hidrelétrica de Ilha Solteira está com 0% de seu volume útil, segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema), o que permitiu o ressurgimento das ruínas.

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"Grande parte da cidade antiga foi demolida para que os materiais fossem usados na cidade nova, então não sobraram tantas coisas", afirmou Evandro Santos, secretário de Turismo de Rubineia.

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"Mas, além dos pilares, também estão lá o coxo que tratava dos animais e a antiga estrutura de caixa d'água da estação, onde era feita a higienização dos vagões. Como era o final da linha férrea, era preciso higienizar para fazer a viagem de volta à origem."

Distante cerca de dois quilômetros do atual núcleo urbano, Rubineia encolheu desde que a cidade foi submersa, segundo a prefeitura.

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De cerca de 10 mil habitantes existentes na década de 1970 -ela foi alagada em 1973-, hoje há 3.191, conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), já que milhares de pessoas optaram por ir embora.

Da antiga cidade sobraram um ginásio escolar, hoje transformado em pousada, e o cemitério local.

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"A cidade ia deixar de existir. Governo e Cesp [gestora à época] não queriam construir uma nova cidade, mas a prefeitura brigou e acabou comprando uma área para se fazer a nova cidade. Ela doava às famílias os terrenos e elas construíam. Por isso, retiraram muita coisa da cidade antiga e pouco restou. A maioria [do que ficou submerso] é alicerce."

Rubineia é mais uma cidade que teve áreas alagadas para a construção de hidrelétricas, assim como ocorreu em lugares como Rifaina (SP), também nos anos 1970, para o surgimento do reservatório da hidrelétrica de Jaguara.

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No Paraná, as lendárias Sete Quedas também deixaram de existir em 1982, para a formação do lago de Itaipu, o que até hoje é lamentado por moradores de Guaíra, na fronteira com Salto del Guairá, no Paraguai.

É a segunda vez que as ruínas ficam aparente s em Rubineia. A primeira foi na crise hídrica de 2014, quando a água ficou 3 m abaixo do registrado atualmente, o que deixou aparente praticamente tudo o que restou da antiga cidade. A expectativa da administração é que isso se repita agora.

O lago de Ilha Solteira, maior hidrelétrica da bacia do rio Paraná, atingiu o limite mínimo para operação da hidrovia Tietê-Paraná, estipulado em 323 m acima do nível do mar, o que não ocorria justamente desde 2014/2015.

Em condições normais, diz o ONS, a geração de energia na usina seria comprometida, mas essa restrição foi flexibilizada e o operador pode levar o nível até 314 metros. Nesta quarta-feira (6), a água está em 320,22 m acima do nível do mar.

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