Inspirado no romance de Jorge Amado (1912-2001), o filme "Quincas Berro d'Água" entra em cartaz hoje. Dirigida por Sérgio Machado, a produção conta a história de um ex-funcionário público, vivido por Paulo José, que um dia deixa sua família e cai na farra. Quando é encontrado morto, a sua vida atual e seu passado de pai de família entram em conflito.
A divertida narrativa parte da morte de Joaquim Soares da Cunha, que se transformou no beberrão Quincas Berro d’Água. Para quem espera drama, o protagonista, em sua narração, avisa: "Minha vida de morto é mais animada do que a de muito vivo por aí". Quincas morre ao lado de uma garrafa de cachaça no dia em que completaria 72 anos. A notícia de sua morte chega rapidamente à casa de sua única filha, Vanda, papel da atriz Mariana Ximenes. Membros da aristocracia baiana, Vanda e seu marido (Vladimir Brichta) se desesperam com a possibilidade de que seus amigos ricos descubram as condições em que Quincas vivia.
Do outro lado, estão quatro de seus companheiros de bebedeira. Desconsolados por Quincas não estar presente para comemorar seu aniversário, aproveitam um descuido dos familiares para roubar o corpo do caixão. Juntos, partem para uma saga com direito a botecos, bebidas, furtos, fuga da polícia, brigas e uma visita ao bordel de Manuela (Marieta Severo). "É uma ode a estar vivo, apesar dos problemas", diz Machado.
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Tendo como cenário uma Salvador que mistura beleza e decadência, o longa-metragem se passa entre os anos 50 e 60, mas não perde sua contemporaneidade. "Basicamente, nossa ideia foi fazer um filme que se passasse nas décadas de 50 e 60, mas com a cara de uma produção feita em 2010", destaca.
Aos 73 anos, Paulo interpreta o morto Quincas. Dar vida ao morto deu trabalho a Paulo. "É mais difícil interpretar um cadáver do que um vivo. Fizeram dois bonecos parecidos comigo, mas quase não foram usados. O Quincas é um morto muito vivo", diz o ator. Para Machado, o problema foi a falta de habilidade dos modelos. "Os bonecos não têm o menor talento", brinca