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No sábado

Grande nome do cinema nacional é atração em Londrina

Redação Bonde
17 fev 2011 às 16:00

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O mestre da sétima arte nacional, Andrea Tonacci, estará em Londrina no próximo sábado (19), na Faculdade Pitágoras - Divulgação
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Neste sábado (19), o curso de pós-graduação em Cinema e Documentário da Faculdade Pitágoras em Londrina recebe para uma aula magna um mestre da sétima arte nacional: o cineasta Andrea Tonacci.

A entrada para os interessados em acompanhar o encontro é gratuita e haverá um espaço aberto para o intercâmbio de informações sobre o processo criativo do artista. Na mesma data serão exibidos o filme "Bang Bang" e o documentário "Serras da Desordem".

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Andrea Tonacci nasceu na cidade eterna da Itália, em 1944, na mesma época em que Rosselini filmava cenas para a obra-prima Roma, cittá aperta, e um ano após Visconti dar à luz ao magnífico Ossessione.

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Ainda moleque, aos 9 anos, Andrea e a família se mudaram para São Paulo, local em que vive até hoje. Quando jovem entrou para a faculdade de arquitetura e engenharia, mas abandonou os números depois de se apaixonar pela pintura, gravura e fotografia.

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Segundo o professor Luciano Pascoal, coordenador da pós-graduação, com uma câmera na mão Tonacci expôs um talento peculiar e uma sensibilidade original, participando de um dos mais criativos e ousados movimentos culturais do país: o cinema marginal. "Foi ao lado de Rogério Sganzerla, Júlio Bressane, João Silvério Trevisan, Ozualdo Candeias, entre outros, que ele exercitou o experimentalismo e propôs uma nova plástica na execução da sétima arte", afirma.


"Tonacci estava Incomodado com a inércia do Cinema Novo", explica. Assim estreia com o curta "Olho por Olho" (1965), onde uma câmera desconcertante acompanha jovens inquietos pelas ruas de São Paulo.

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O docente lembra que três anos depois, pouco antes do país mergulhar no período mais sombrio da ditadura militar, o jovem realizador fez "Blá,blá,blá" (1968), um libelo corajoso diante de um país oprimido e calado. Logo no início, o personagem interpretado por Paulo Gracindo, ao realizar um discurso à nação sentencia: "Chegou ao fim a ambigüidade do poder revolucionário". O filme prenunciava a bestialidade do AI-5.


O coordenador ressalta que Tonacci expressa os anseios de um cineasta em plena explosão criativa com o filme "Bang Bang" (1970). "Exposta por meio de uma câmera perturbada, a narrativa subleva a percepção sobre realidade e ficção", esclarece. "Travellings atrevidos, fechamento de íris, ângulos inusitados, planos-sequência e personagens desvairados fazem do longa-metragem uma das obras-primas do cinema marginal e segue causando incômodo e embaraço nos olhos menos petulantes."

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Além disso, Tonacci também foi um dos pioneiros na utilização de equipamento de vídeo portátil. Entre 1977 e 1984, como bolsista de uma fundação norte-americana, ele recolhe centenas de horas de depoimentos de nações indígenas pelas Américas. Esse material, inacreditavelmente, segue inédito.


Depois de décadas Tonacci voltou a dirigir um longa-metragem: Serras da Desordem, premiado com o Kikito de melhor diretor no Festival de Cinema de Gramado, em 2006.

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"A obra narra a história de um índio que perambulou por dez anos pelo Brasil central, após fugir de um massacre. Insatisfeito em apenas captar a verdade de uma história incrível", conta. "Tonacci, mais uma vez, transforma a narrativa cinematográfica numa experiência arrebatadora e polêmica", completa o coordenador.


'Serviço'

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Andrea Tonacci na Faculdade Pitágoras


Quando: sábado, dia 19 de fevereiro

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Programação:


Auditório Pitágoras


8h30 – exibição do filme "Bang Bang" (cópia digital)
Logo em seguida bate papo com o cineasta


Cine Com Tour


14h – exibição do documentário "Serras da Desordem" (35mm)
Após uma palestra sobre o processo criativo do artista


Informações: (43) 3373-7307 – 3373-7333


Pós-graduação Cinema e Documentário


Duração: 18 meses


Inscrições: até 18/2


Carga horária: 360 horas

Periodicidade: sábados, das 8h às 17h30


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