Menos de um terço das personagens dos filmes de Hollywood de maior bilheteria são femininos, e diretoras mulheres são ainda muito raras, revela um estudo divulgado nesta quarta-feira (5).
Pesquisadores da Universidade da Carolina do Sul examinaram 700 filmes sucesso de bilheteria que estrearam entre 2007 e 2014 para medir a extensão da diversidade de gênero e étnica.
A pesquisa concluiu que Hollywood permanece muito dominada por homens brancos e apelou por um maior ativismo para fazer com que o cinema seja uma reflexão mais real da sociedade americana.
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"Se você quer trabalhar em Hollywood, seja heterossexual, branco e homem, [porque] isso é quase uma descrição [das habilidades necessárias] para o trabalho", diz o texto (clique aqui para ter acesso à versão em inglês).
"Dos 100 filmes de maior bilhtereria de 2014, menos de um terço dos personagens com fala eram do sexo feminino, 26,9% eram de um grupo étnico/racial sub-representado e menos de 5% eram identificados como LGB [lésbicas, gays ou bissexuais]. Nenhum personagem transgênero apareceu nos 100 filmes de maior bilheteria de 2014."
Considerando-se o período de 2007 a 2017, das mais de 30 mil personagens com fala, apenas 30,2% eram femininas. "Claramente, a norma em Hollywood é excluir meninas e mulheres da tela", destacou o estudo de 29 páginas.
No ano passado, apenas 28,1% das personagens eram femininas, e três quartos delas pareciam ter menos de 40 anos.
Quando personagens femininas apareciam, elas tinham mais tendência que os masculinos a serem mostradas como secundárias e "em um relacionamento romântico sério".
Além disso, apenas 28 mulheres trabalharam como diretoras nesses 700 filmes. Eram nomes como Angelina Jolie, Nora Ephron e Kathryn Bigelow. Do total, eram negras e uma asiática. Nos top 100 filmes de 2014, dois deles eram dirigidos por mulheres.
Em quesitos raciais e étnicos, o estudo descobriu que 5,8% dos diretores entre 2007 e 2014 eram negros ou afro-americanos e 2,5% asiáticos. Dezessete dos top 100 filmes em 2014 não tinham nenhuma personagem negra com fala e mais de 40 não tinham nenhuma asiática.
"Depois de sete anos e 700 filmes, está claro que o ativismo ainda é necessário. Reformular as solicitações feitas aos escritores e aos responsáveis pode ser um caminho a seguir", completou a pesquisa.
O estudo inclui os 100 filmes de maior sucesso em cada ano entre 2007 e 2014, exceto 2011 porque "outro estudo já examinou esse ano", revelou por e-mail uma das autoras, Katherine Pieper, à AFP. (As informações são do Portal G1)