...de si que não tem coragem de jogar fora ou reformar.
Pois bem 2004 foi assim: um ano de remexer nele. Lá dentro tinha muita coisa. Tinha hipocrisia escondida no descaso que a modernidade faz a gente tratar certos assuntos. Tinha amigos falsos, interesseiros, gente má. Tinha contas velhas vencidas e e-mails por mandar. Tinha fotos e livros velhos com poemas lindos que eu havia esquecido de saborear. Tinha hábitos puros como o de caminhar pelo bairro. Tinha o barulho dos grilos. O bom dia ao vizinho da frente. Tinha a arte de paquerar. Tinha meus decotes, minhas pernas, minhas velhas amigas. Tinha doce que há muito tempo eu me descuidava e não saboreava. Tinha baralho que eu nunca gostei de jogar. Tinha perfumes que eu gostava, mas não sabia mais usar. Tinha gente muito legal também. Tinha quebra de tabus. Tinha purpurina. Tinha minhas musicas. E tinha uma grande capacidade de reinventar, limpar, recomeçar, triunfar mesmo que na escuridão caótica da falsa correria do dia-a-dia.
Permanecem no baú algumas ilusões perdidas, as fotos dos amados que não voltam mais para perto de nossa materialidade, algumas chagas ainda não curadas.
Bem nessa revirada de baú, 2004 chegou ao fim e 2005 começa com a casa arrumada.
Feliz Ano Novo!
É o meu desejo a todos vocês que de alguma forma estiveram perto de mim neste trânsito louco que foi o quarto ano do Novo Milênio
Beijos
Ana Clara Garmendia
Pois bem 2004 foi assim: um ano de remexer nele. Lá dentro tinha muita coisa. Tinha hipocrisia escondida no descaso que a modernidade faz a gente tratar certos assuntos. Tinha amigos falsos, interesseiros, gente má. Tinha contas velhas vencidas e e-mails por mandar. Tinha fotos e livros velhos com poemas lindos que eu havia esquecido de saborear. Tinha hábitos puros como o de caminhar pelo bairro. Tinha o barulho dos grilos. O bom dia ao vizinho da frente. Tinha a arte de paquerar. Tinha meus decotes, minhas pernas, minhas velhas amigas. Tinha doce que há muito tempo eu me descuidava e não saboreava. Tinha baralho que eu nunca gostei de jogar. Tinha perfumes que eu gostava, mas não sabia mais usar. Tinha gente muito legal também. Tinha quebra de tabus. Tinha purpurina. Tinha minhas musicas. E tinha uma grande capacidade de reinventar, limpar, recomeçar, triunfar mesmo que na escuridão caótica da falsa correria do dia-a-dia.
Permanecem no baú algumas ilusões perdidas, as fotos dos amados que não voltam mais para perto de nossa materialidade, algumas chagas ainda não curadas.
Bem nessa revirada de baú, 2004 chegou ao fim e 2005 começa com a casa arrumada.
Feliz Ano Novo!
É o meu desejo a todos vocês que de alguma forma estiveram perto de mim neste trânsito louco que foi o quarto ano do Novo Milênio
Beijos
Ana Clara Garmendia