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Londrina conta com a Lei de Suporte Básico de Vida (SBV)

10 ago 2002 às 20:15

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Nos Estados Unidos, todo ano, 500 mil pessoas sofrem uma parada cardiorespiratória, e no Brasil, 400 mil pessoas, sendo que mais da metade morre antes de chegar ao Hospital. Muitas destas pessoas poderiam estar vivas se manobras básicas de ressuscitação cardiopulmonar (RPC) e desfibrilação cardíaca (choque no coração) fossem realizadas a tempo, preferencialmente no período de três minutos após o ataque.

Londrina é a terceira maior cidade do sul do país. Sua região central metropolitana tem meio milhão de habitantes e área física adequada para permitir o atendimento precoce ideal da parada cardiorespiratória. Em Londrina, a média de pessoas que sofrem com a parada cardiorespiratória pré-hospitalar é de 500 por ano (baseado em estudos comparativos de outras cidades no mundo). Destas, no máximo 10 pessoas permanecem vivas. Portanto, o número de sobreviventes que sofrem à parada cardiorrespiratória fora dos hospitais não passa de 2%, índice que pode e deve ser melhorado. A ressuscitação de um paciente com parada cardíaca precisa ser feita nos primeiros minutos e depende das pessoas que estiverem próximas. Estas pessoas, segundo o Dr. Manoel Fernandes Canesin, são responsáveis por 75% da sobrevida dos pacientes cardíacos. 
É o caso do que já ocorre em cidades como Seatle, nos Estados Unidos, a qual conseguiu atingir o índice de 60% de sobrevivência com programas de treinamento efetivo. A chamada corrente de sobrevida instituída pela Sociedade Americana de Cardiologia, com seus elos fortemente interligados : 1) acesso precoce ao sistema médico de emergência; 2) manobras de recuperação cardiopulmonar precoce; 3) desfibrilação precoce; 4) atendimento avançado precoce, já demonstrou o aumento de índices de sobrevida de parada cardiorrespiratória. Este sistema tem como prioridade educar a população leiga a respeito dos sintomas que precedem um ataque cardíaco e ministrar as medidas de urgência a serem tomadas na parada cardiorrespiratória.
 
A Lei nº. 8.845 de 17 de julho de 2002, da Prefeitura do Município de Londrina, dispõe sobre a obrigação de treinamento e capacitação de pessoal em prestar suporte básico de vida e sobre o uso de desfribiladores automáticos externos (DAE) nos estabelecimentos e locais públicos ou privados de grande concentração de pessoas. Esta Lei coloca Londrina como a primeira cidade da América Latina a desenvolver um projeto de tal amplitude em benefício da comunidade.
 
Os locais que apresentam grande concentração e circulação de pessoas são: o Aeroporto central de Londrina; o Terminal Rodoviário e Urbano de Transporte Coletivo, os Shopping-centers; os hipermercados; os estádios de futebol e os ginásios com capacitação para mais de mil pessoas; as casas de espetáculos; salas de conferência e centros de eventos e exposições com circulação de mais de mil pessoas/dia; clubes sociais e esportivos ou academias de ginástica com concentração de mais de mil pessoas;  as instituições de nível superior; os estabelecimentos similares a estes e a Câmara Municipal de Londrina. (Ref. Projeto de Lei no. 155/02 de autoria dos vereadores Tercílio Luiz Turini, Carlos Alberto de Castro Bordin, Henrique Humberto Mesquita Almeida Barros e Márcia Helena Carvalho Lopes. Aprovada na forma da redação final proposta pela Comissão de Justiça, Legislação e Redação.)
 
Os estabelecimentos devem promover o treinamento de funcionários de diferentes turnos por meio de cursos para o uso correto dos desfribiliadores automáticos externos (DAE), com programas credenciados que sigam diretrizes internacionais aceitas para reanimação cardiovascular. No Curso, aprende-se a reconhecer os sintomas cardíacos e como reanimar o paciente. A reanimação, feita com um aparelho importado chamado desfibrilador, que é de fácil manuseio, dá pequenos choques na região toráxica e monitora o batimento cardíaco da vítima.
 
Para o Dr. Manoel F. Canesin, um dos responsáveis pela iniciativa, esta conquista significa que outras cidades poderão realizar o mesmo, obtendo o apoio de autoridades, diferentes instituições e organizações para a implantação de sistemas de emergência baseados na cadeia de sobrevida. É preciso se empenhar no desenvolvimento de métodos populacionais de esclarecimento e incentivo à busca por informações precisas do tratamento da parada cardiorrespiratória. Campanhas públicas apresentam excelentes resultados, a exemplo da experiência desenvolvida em Londrina.
 

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Experiência desenvolvida em Londrina, foi o início de todo o processo.
Tudo começou com uma experiência no ano passado, com a Campanha “Tempo é Vida”: Campanha Pró Ressucitação Cardiopulmonar de Londrina, lançada pelo HU – Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina, que instituiu uma Comissão de Ressucitação Cardiorespiratória do Paraná (CRCP), cuja presidência é do Cardiologista Clínico Manoel Fernandes Canesin. Leigos e profissionais da área de saúde foram treinados em como prestar atendimento a pacientes que podem sofrer de parada cardíaca. Os resultados foram fantásticos. Informações completas podem ser obtidas na Revista Sociedade Cardiologia Estado de São Paulo – Vol 11 – No. 2, março/abril 2001.
 
É um trabalho que envolve a comunidade, interessados, empresas, entidades de classe, enfim pessoas que querem contribuir como cidadãos, pois sabemos que toda e qualquer iniciativa neste contexto requer apoio de entidades e ações que possam colaborar na sua construção. Este é um projeto inédito no país, que com o esforço e consciência de diferentes grupos, reverte em benefício para toda a sociedade brasileira.
 
 


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