A música faz parte do universo infantil, desde o ventre materno o pulso do coração da mãe embala o bebê ainda em formação, e, quando a criança mantém o contato com a música durante todo o seu processo de desenvolvimento, ela tem mais oportunidades de estimular seu lado emotivo, criativo e sensitivo.
Segundo a cantora lírica e educadora musical, Luciana Elisa Hoerner, até os dois anos as crianças são só ritmo e, por isso, fascinam-se por instrumentos de percussão, como a bateria e os tambores. "Ao trabalhar o ritmo estamos desenvolvendo a motricidade, o equilíbrio e a coordenação. É importante estimular a criatividade e a improvisação sem ir além dos limites da criança em cada fase da sua vida", explica Luciana.
Para ela, a música tem a função de trazer a criança para o seu momento, para que ela realmente vivencie a sua infância, "hoje as crianças estão muito estressadas, desde pequenas têm preocupações e sentimentos que não são característicos da sua fase", alerta a educadora. A musicalização deve ser o primeiro contato das crianças com a música, para que elas conheçam vários instrumentos e ritmos. "E quando forem iniciar o aprendizado de um instrumento específico, é importante que elas mesmas escolham o qual querem aprender e não os pais", observa Luciana.
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A música deve estar presente na educação infantil
Diferente do aprendizado de um instrumento específico, a educação musical na pré-escola tem o objetivo de trabalhar noções básicas de ritmo e harmonia de forma experimental e lúdica. A criança é estimulada a perceber música como uma forma de comunicação universal, que está a sua volta e disposição. Assim, a proposta não é formar músicos e instrumentistas e sim estimular e desenvolver o lado emotivo e sensitivo dos pequenos aprendizes. A música também aumenta a capacidade de concentração, desenvolve o raciocínio lógico-matemático e a memória – os benefícios abrangem todas as áreas de aprendizagem.
A iniciação musical na educação infantil está prevista pelo Ministério da Educação (MEC) no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, no qual a música é descrita como uma das linguagens que devem ser ponte entre a criança e os objetos do conhecimento. Dentro desse contexto, a Editora Opet lançou, em 2006, um CD com músicas criadas especificamente para essa faixa etária, em que as melodias, as letras, ritmos são elementos de estímulo. A proposta é desenvolver a sensibilidade para a música durante a faixa etária de três aos seis anos, fase em que é maior a receptividade para a linguagem musical.
Segundo o músico, compositor e compositor das músicas infantis do CD lançado pela Opet, Odin D’Abuquerque Lima Jr, "o trabalho com a música envolve a emoção e assim as crianças fixam com mais facilidade os conteúdos propostos. A melodia e as letras transformam-se em emoção e em aprendizado".
As canções do CD foram desenvolvidas a partir das propostas presentes nas apostilas de educação infantil da Coleção Cidadania, desenvolvidas pela Editora Opet. "Resgatamos canções folclóricas, ensinamentos tradicionais e valores. Queremos que as crianças conheçam os diferentes sons e ritmos, que não fiquem restritas aos modismos comerciais" continua Lima. Ele reforça que é muito importante que na escola a criança tenha outras referências sonoras, conheça os clássicos, outros estilos que não estimulem só o consumo e a cultura de massa. Uma mostra das músicas do CD lançado pela Editora Opet pode ser ouvida acessando o link: http://www.editoraopet.com.br/novo/material_didatico/infantil.asp.
Pesquisa canadense afirma que música amplia capacidade intelectual
Estudo realizado por pesquisadores do Departamento de Psicologia da Universidade de Toronto (Canadá) aponta que as crianças que fazem aulas de música aumentam seu quociente intelectual em três pontos a mais que os que realizam outras atividades extracurriculares. Os pesquisadores acompanharam 144 crianças de seis anos de idade durante o período de um ano letivo. Os alunos, divididos em grupos, foram encaminhados aleatoriamente a cursos de canto, piano e teatro – outro grupo não fez nenhuma atividade para servir como grupo de controle. As aulas extras classes duraram 36 semanas.
Antes das crianças começarem o ano letivo os pesquisadores realizaram um teste de quociente intelectual (QI) e depois de um ano repetiram o mesmo teste. Todas as crianças apresentaram aumento na sua capacidade intelectual, mas enquanto os do grupo de controle tiveram um aumento de 4,3 pontos, em média, as que freqüentaram aulas de canto ou piano tiveram, em média, o acréscimo de sete pontos. Os resultados do trabalho foram publicados na revista da Sociedade Americana de Psicologia, Psychological Science.