Depois dos grandes escândalos corporativos como os da Enron, WorldCom e Parmalat, as empresas têm se esforçado para incorporar a ética a transparência em seu dia-a-dia. Segundo o Ibase (Instituto Brasileiro de Análise Sociais e Econômicas), exatas 204 companhias brasileiras publicaram o Balanço Social proposto pelas normas da entidade, um dos mais utilizados pela simplicidade e pioneirismo. Entre os exemplos advindos da região Sul, quem entregou seu 1.ª Balanço Social à população joinvilense foi a Prefeitura de Joinville. A iniciativa espontânea do prefeito Marco Tebaldi vem demonstrar que o primeiro setor começa a valorizar a importância da prestação de contas de seus demonstrativos de responsabilidade econômica, ambiental e social para a sociedade.
"A realização do Balanço Social da Prefeitura de Joinville trata-se de uma clara demonstração de alinhamento dos valores adotados pela municipalidade em prol da cidadania ética propostos pelo planejamento estratégico do município para até 2020", afirma Patrícia Melo, coordenadora de Consultoria em Responsabilidade Social da ong paranaense DHARMA Associação de Capacitação Social, que prestou consultoria na elaboração do Balanço Social da Prefeitura de Joinville.
De acordo com a diretora, a função principal do Balanço Social é tornar pública a responsabilidade social da instituição, que deve publicar seus relatórios para manter um nível de transparência entre ela (instituição) e os stakeholders, ou seja, as partes envolvidas. "É uma forma de a instituição estar mostrando e demonstrando quais são as atividades, os projetos que ela está desenvolvendo tanto para seu público interno, como nas comunidades circundantes e sociedade em geral", diz.
Pioneirismo
A Prefeitura de Joinville foi a primeira a sinalizar de forma positiva às iniciativas pró-desenvolvimento sustentável promovidas pela ong DHARMA e, espontaneamente, solicitou consultoria para a elaboração de seu primeiro Balanço Social, que consiste não apenas na publicidade legal dos resultados financeiros da gestão, mas, sobretudo, na prestação de contas por escrito das atividades sociais que as secretarias municipais desenvolveram ao longo do último exercício fiscal. Nesse relatório social, são avaliados diversos indicadores sociais, como Valores e Transparência, Público Interno, Meio Ambiente, Fornecedores, Consumidores/Clientes, Governo e Comunidade, Sociedade.
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Partindo de fundamentos da cidadania como a transparência e o exercício da ética, o balanço social do Primeiro Setor é a forma como a gestão atual entende poder gerar valor nos relacionamentos com as partes interessadas, isto é, os servidores públicos; o empresariado local; as entidades de classe; os fornecedores; a população em geral; os órgãos de imprensa; e formadores de opinião em geral. O objetivo é propor um pacto social com os três setores da sociedade visando justamente o desenvolvimento sustentável.
A maior dificuldade das instituições diante da possibilidade de publicar seu balanço social é o fato de terem de interromper um projeto em andamento, ou mesmo alguma atividade-foco, para sensibilizar toda a equipe sobre a importância social e ética do relatório. Para que se consiga elaborar um documento fidedigno à realidade da empresa ou instituição, é preciso que pessoas de várias áreas da organização estejam diretamente envolvidas no processo.
Regras do Balanço Social
Atualmente as empresas brasileiras usam como referência para os seus Balanços Sociais o modelo do iBase, que possui uma estrutura mais simplificada; ou o modelo Ethos, com sete grandes indicadores: valores e transparência, público interno, meio ambiente, fornecedores, clientes, comunidade e governo e sociedade; ou ainda, o modelo GRI, que traz 97 indicadores econômicos sociais e ambientais e é adotado pela Natura.
No momento de decidir pela realização do Balanço Social, é importante contar com a opinião de consultorias especializadas, que avaliarão junto com o cliente quais modelos de referência do Balanço melhor se enquadram para esta ou aquela organização. "Podemos atender empresas interessadas bem como governos em qualquer lugar do País", garante Eduardo Almeida, diretor executivo da ong DHARMA. "Basta que empresas, governos e ONGs tenham realmente interesse de, juntos, abraçar a causa social", completa.
"Mais do que nunca, as iniciativas de lançar a idéia e a prática da realização do Balanço Social precisam continuar a ser ampliadas e incentivadas. Prestar contas de forma ética e transparente, é o modelo que os três setores (empresas, ONGs e Governos) devem abraçar", finaliza Patrícia.
Sobre a DHARMA
Com sede em Curitiba, a organização não-governamental DHARMA é uma provedora de soluções integradas em Responsabilidade Social e atua na aproximação, sensibilização e capacitação de empresas, ONGs e governos para a causa social. Trabalha com a prestação de serviços e o desenvolvimento de produtos na área de responsabilidade social para o mercado, garantindo assim a sua sustentabilidade e contribuindo para a profissionalização da causa social. É um elo facilitador fazendo a interface do diálogo entre as partes, informando sobre as formas de converter as leis de incentivo em instrumentos de investimento social eficiente.
Site: www.dharma.org.br