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Transtorno psiquiátrico

Ciúme exagerado é doença e tem até nome; já ouviu falar em Síndrome de Otelo?

Redação Bonde
17 nov 2014 às 08:28
- Reprodução
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Um caso extremo de ciúme chamou a atenção dos britânicos na semana passada, depois que a história de Debbi Wood, de 31 anos, virou notícia nos principais veículos de imprensa. Ela foi considerada "a mulher mais ciumenta do mundo" por submeter seu marido a testes em um detector de mentiras toda vez que ele chega em casa. Segundo psiquiatras, um ciúme sem limites - como o de Debbi - é patológico. A doença tem até nome: Síndrome de Otelo.

O nome é inspirado na famosa obra de Shakespeare, Otelo - na qual o personagem principal, possuído por um ciúme doentio, mata sua esposa, Desdêmona.

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As pessoas que têm Síndrome de Otelo sofrem com o delírio de que seus parceiros ou parceiras são infiéis. "A pessoa fica obcecada com a ideia de traição e infidelidade e tenta fazer de tudo para buscar provas que mostrem que ela está certa", explicou o psiquiatra Walter Ghedin em entrevista à BBC Brasil.

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Em casos extremos, a pessoa que sofre com o transtorno pode chegar a matar o objeto de seu ciúme. "Quando se chega ao homicídio é porque existe outro tipo de personalidade patológica, que se desenvolve a partir de uma paranoia ou em um ciúme delirante", disse o especialista.

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Segundo Ghedin, há casos em que o ciúme é reforçado pela influência de outras pessoas ou meios, como amigos, redes sociais e imprensa.


Tratamento

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A Síndrome de Otelo é mais comum em homens do que em mulheres. O psiquiatra explica que isso acontece por razões psicológicas e culturais. No homem, "o apego real e simbólico à figura da mãe" atuaria inconscientemente gerando sentimentos "ambivalentes" de amor e ódio com relação a outras mulheres.


Já a influência cultural ocorre porque em muitas sociedades ainda é forte a ideia de poder e dominação dos homens sobre as mulheres. Nessas culturas, eles ainda esperam que suas companheiras se submetam a suas regras e qualquer conduta de autonomia é vista como suspeita.

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O especialista destaca que a melhor forma de tratar a síndrome de Otelo é buscar ajuda o quanto antes e entender as causas do problema. A psicoterapia seria uma grande ajuda e, nos casos extremos, se recomenda até medicação. "Em alguns pacientes a ideia de infidelidade é tão forte, tão recorrente no pensamento, que altera as relações com outras pessoas. Nesses casos, a medicação pode atenuar a intensidade dessa ideia fixa", diz Ghedin.


Tipos de ciúmes

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O ciúme só é considerado um distúrbio psiquiátrico quando domina as pessoas e altera drasticamente suas vidas. Segundo Ghedin, há quatro tipos de ciúmes:


Reação emocional normal: trata-se de um sentimento transitório, que não condiciona a vida de quem o sente.

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Reação emocional desmedida: afeta sobretudo as relações amorosas. Pode ou não ter sido precedida de situações de infidelidade.


Ciúme como traço distinto da personalidade: típico dos que têm personalidade desconfiada. O ciúme afeta todas as áreas da vida de uma pessoa: família, amor e relações de trabalho. Em geral é característico de pessoas calculistas, que veem ameaças onde elas não existem e estão convencidas de que seu ponto de vista é uma verdade indiscutível. Está ligado ao chamado Transtorno Paranoico de Personalidade.

Síndrome de Otelo: distúrbio caracterizado por pensamentos delirantes de ciúme. O delírio que alimenta o ciúme pode ser parte de um transtorno crônico ou paranoia, mas também pode indicar um quadro de demência por deterioração do córtex cerebral ou de alcoolismo crônico. (Fonte: BBC Brasil)


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