A fama de 'gastadora' das mulheres não passa de um mito, revelaram os pesquisadores Marília Cardoso e Luciano Gissi Fonseca, autores do livro "Você sabe lidar com o seu dinheiro? Da infância à velhice".
Segundo os autores, o que acontece na verdade é que os homens tendem a gastar mais, porque adquirem bens mais caros, enquanto as mulheres compram mais vezes, porém gastam menos. A fama advém, no entanto, do fato de elas investirem mais para acompanhar as tendências da moda.
"O que ocorre é que as cobranças sociais são diferentes. Enquanto os homens estão preocupados em impressionar as mulheres com carros luxuosos, tecnologia de ponta e relógios caros, as mulheres desejam estar sempre lindas e elegantes", explicou Marília.
Desta forma, os gastos deles se concentram em itens de maior valor agregado, como carros e tecnologia, enquanto elas desembolsam mais com itens como moda e cosméticos, que não são necessariamente os mais caros.
"Você Sabe Lidar com o Seu Dinheiro? Da Infância à Velhice" (128 páginas, R$ 22,00) é uma obra desenvolvida com base em pesquisas e entrevistas, realizadas pelos autores para comprovar o que dizem diversos estudos sobre o relacionamento das pessoas com o dinheiro. Usando uma linguagem simples e repleta de histórias e personagens, o livro é dividido cronologicamente, abordando as questões financeiras mais comuns na infância, juventude, casamento, vida adulta e terceira idade.
O objetivo central do livro é mostrar ao leitor a importância de cuidar melhor de suas finanças pessoais. "Damos dicas simples, demonstrando que um bom relacionamento com o dinheiro não é nenhum bicho-de-sete-cabeças. Percebemos que falta apenas um pouco de informação e cuidado para que as pessoas não se deixem seduzir pelas facilidades de crédito, e pelos apelos comerciais que induzem aos gastos dispensáveis e supérfluos", completa a escritora.
Tentações
Os pesquisadores apontam que tanto os homens quanto as mulheres estão suscetíveis a cair nas tentações de gastos, mas o problema se agrava quanto mais jovem a pessoa for, sobretudo se existe a necessidade de inserção em determinado grupo.
"Não importa a tribo, sempre há um padrão de vestuário e consumo para cada uma delas", afirmou Fonseca.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Akatu, em parceria com a Unesco, com jovens de 24 países dos cinco continentes, apontou que os brasileiros estão entre os mais consumistas do mundo, à frente de franceses, japoneses e norte-americanos.
"Dos brasileiros entrevistados, 37% apontaram as compras como um assunto de muito interesse no dia-a-dia, sendo que, para 78%, a qualidade é o principal critério de compra, antes mesmo da análise do preço", apontou o autor do livro.
Outros dados curiosos
● O casamento aumenta as riquezas de uma pessoa em cerca de 93%. Na faixa etária de 41 a 49 anos, estima-se uma média de 4% ao ano;
● Aproximadamente 38% dos casais brigam por causa de dinheiro. Em cerca de 51% dos casais, o homem arca com as contas mais pesadas e, em 22% dos casos, optam pela conta conjunta;
● Em torno de 45% dos jovens inadimplentes ficaram endividados na compra de roupas e sapatos. Cerca de 37% fazem compras em shopping; 53% viajaram no último ano e 55% gostam de comprar roupas de marca.
● Cerca de 10% da população brasileira, economicamente ativa, está desempregada. Dos que conseguem trabalho, aproximadamente 52% estão no mercado informal, ou seja, sem registro em carteira.
● De acordo com a Global Entrepreneurship Monitor (GEM), elaborada pela London Business School e pelo Babson College, nos EUA, o Brasil é o sétimo país mais empreendedor do mundo. Prova disso é que, anualmente, são abertas cerca de 130 mil empresas em todo o território nacional. (Com informações do Infomoney)