Um novo estudo sugere que os médicos não são a peça chave para ajudar tanto os homens quanto mulheres a resolverem problemas sexuais. A pesquisa, publicada no Journal of Gerontology, mostra que a forma como homens e mulheres lidam com a saúde sexual varia bastante e que as soluções da medicina podem não ser o mais importante para aliviar a infelicidade causada por problemas sexuais.
O estudo foi realizado com dados do National Life Social, dos Estados Unidos. Os investigadores olharam 861 homens e mulheres, com idades de 57 a 85 anos, que eram casadas ou tinham um parceiro íntimo, e que relataram ter pelo menos um problema sexual. Os problemas sexuais relatados por idosos incluem a falta de interesse em sexo, incapacidade de chegar ao clímax, a dor física durante o sexo, manter uma ereção, ou problemas de lubrificação.
Os entrevistados foram solicitados a indicar em uma escala de 1 a 3 o quanto esses problemas os incomodavam. Eles também foram questionados sobre o seu bem-estar, que os pesquisadores mediram por meio de escalas de satisfação e de sintomas depressivos.
O estudo revelou diversos resultados surpreendentes. Em primeiro lugar, menos da metade dos adultos mais velhos com problemas sexuais discutiam os problemas com seus médicos, e as mulheres eram ainda menos propensas a fazer isso. E os que expunham as questões com seus médicos não apresentavam diferenças significativas no próprio bem-estar.
No entanto, confiar em um parceiro ou com nos amigos mostrou-se capaz de reduzir o estresse e infelicidade relacionadas com problemas sexuais nos homens. Embora para as mulheres, esse mesmo benefício não tenha sido relatado. De acordo com os pesquisadores, essa descoberta pode representar que os problemas sexuais das mulheres são complexos, e que essa complexidade precisa ser reconhecida pelos médicos.
Uma mulher com uma grande quantidade de problemas sexuais, ou que os considere complexos demais poderá se sentir ameaçada por falar com seu cônjuge sobre isso, ou talvez confiar em um amigo não seja suficiente para encontrar um alívio. A descoberta também é surpreendente porque a maioria das pessoas presume que os homens não têm confidentes. Isso é importante nos estudos sobre questões de identidade masculina e sobre os laços sociais dos homens na sociedade atual.
Cada vez mais as redes sociais podem ser uma parte fundamental da vida de um homem, inclusive dos mais velhos. Além disso, os pesquisadores apontam que a medicalização do envelhecimento da população faz com que algumas pessoas sintam como se houvesse uma "solução" para tudo. Em alguns casos, certas questões sexuais podem ser apenas parte natural do processo de envelhecimento e que a parte mais importante é que os casais mantenham as linhas de comunicação abertas. (As informações são do Minha Vida, Saúde, Alimentação e Bem-estar)