Substâncias como hidrogel e o polimetilmetacrilato (PMMA) têm causado controvérsias em relação a sua aplicação em procedimentos estéticos. Os elementos são usados para pequenos preenchimentos que visam amenizar rugas, corrigir cicatrizes e atenuar diferenças da pele, mas podem causar graves problemas no paciente. Ainda assim, há pessoas que permitem a utilização destas substâncias no processo cirúrgico. Mas será que a busca pela beleza realmente vale o risco?
A licença do hidrogel está vencida desde 2013 e, embora a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) permitisse a aplicação de até 50 ml no paciente, diversos especialistas indicavam uma quantidade de 2 a 3 ml. O cirurgião plástico, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Tiago André Ribeiro, explicou que o risco do hidrogel é sua permeação no corpo do paciente. "Ele não fica concentrado somente no local aplicado, mas se alastra em músculos, gordura e tendões", afirmou o especialista. A SBCP não recomenda o uso deste produto em procedimentos estéticos. "Remover o produto é bem delicado e compromete as partes do corpo, como músculos, pele necrosada e gordura", completa.
O PMMA também é outra substância utilizada para o preenchimento de determinadas regiões, principalmente a facial, já que altera as maçãs do rosto, queixo, rugas e o contorno da mandíbula. "Independente da quantidade aplicada, a substância pode criar reações inflamatórias crônicas, além de infecções e formação de nódulos. O risco depende da quantidade aplicada", alerta. Quando aplicado em grandes volumes, o PMMA também pode se propagar para outras regiões do corpo. "Além disso, se injetado em camadas profundas da pele, a remoção torna-se difícil fazendo com que, muitas vezes, o implante seja definitivo", disse.
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Alternativas
Existem alternativas ao uso do hidrogel ou PMMA para o aumento das coxas e glúteos. As técnicas mais seguras, segundo Tiago Ribeiro, são a aplicação de gordura da própria paciente e as próteses de silicone. "Por ser um material interno, a gordura se incorpora ao local e o único risco é de que o organismo reabsorva a gordura e suspenda o efeito estético da cirurgia. Já o silicone pode ser facilmente removido caso haja infecção ou rejeição por parte do corpo. O silicone também não tem o risco de se espalhar pelo corpo", esclarece Tiago.
O ácido hialurônico também é um preenchedor considerado seguro pela SBCP. "O ácido é um elemento natural da pele e que com o tempo é absorvido pelo organismo, mas sem causar danos. Raramente causa alergias, mas caso ocorra, há uma enzima própria para removê-lo chamada hialuronidase", destaca o cirurgião plástico.