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Cabelo longo

'Síndrome do cabelo vazio': mulheres relatam casos de amor e apego com apliques

Redação Bonde com Assessoria de Imprensa
07 jun 2021 às 17:38
- Pexels
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O cabelo é uma paixão nacional e os números de mercado podem provar. Segundo o Euromonitor International, as vendas de produtos da categoria cresceram 8% em relação a 2020, superando os R$ 10 bilhões. Para o segmento, a Euromonitor espera um verdadeiro boom, com 27,1% de alta entre 2020 e 2025 - algo que passa da casa dos 12 bilhões. Além dos cosméticos, outros artifícios também saltam aos olhos das brasileiras, como as extensões capilares. Com efeito de volume e comprimento imediado, ela se mostram alternativas tentadoras para quem não tem paciência de esperar o curso natural do crescimento do cabelo, mas também para quem quer blindar a autoestima.


Michelly Mabile, de 23 anos, usa o megahair em versão de presilhas desde os 15 anos de idade em razão de comentários maldosos que ouvia na escola.

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"Sofri bullying na época do colégio e isso abalou a minha autoestima. Nunca fui de ligar para o que pensariam sobre mim, mas os comentários eram constantes. Cheguei a ser perseguida nas redes sociais", relata a analista de atendimento. Os apliques se misturam ao cabelo, que é crespo, mas é alisado com escova progressiva.

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A busca por um padrão de beleza também foi a motivação para a estudante Sofia Baraúna, de 24 anos, buscar o procedimento. Foi um longo período com a extensão até que ela começou a causar um profundo incômodo.

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"O mega estava me machucando. Eu não conseguia dormir direito, porque fazia pressão. Até que resolvi tirar tudo e cortar curtinho. Pensei: 'Posso ser bonita também de cabelo curto'", relembra. Hoje, relata que enxerga as imagens que consumia nas redes sociais como mola propulsora da busca pelo "cabelo perfeito".


"São milhares de influenciadoras e famosas que te fazem crer em algo que não é verdade. A gente acredita que para ser bonita precisa ter cabelo grande. Hoje, vejo que para me encaixar no padrão", reconhece.

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Pressão estética e dependência Não há problema em sentir vontade de experimentar a última novidade de beleza ou mudar o visual. A questão é quando os desejos ganham forte carga de pressão; como se evoluísse de desejo para obrigação.


"É a diferença do 'eu desejo' versus 'eu preciso'. Mesmo que racionalmente, a gente saiba que esses procedimentos não são uma necessidade, há pessoas que sentem como se fosse algo extremamente necessário", afirma a psicóloga e terapeuta comportamental Daniela Faertes, do Rio de Janeiro.

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Segundo ela, é importante observar os próprios sentimentos para entender quando se torna uma dependência - a ponto de prejudicar saídas de casa e interações sociais.


"Você pode pensar que, quando faz uso de megahair, assim como cílios postiços ou qualquer outro acessório, fica pontualmente mais bonita, melhora a sua autoestima. Entretanto, deixa de ser saudável quando a pessoa só se sente bem desta maneira e passa a ter uma dependência emocional do adereço", diz a especialista. Neste caso, vale tentar compreender a raiz do impulso para descobrir como lidar com ela.

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Quando é questão de saúde


Há ainda quem aposte nos apliques ao notar quedas pronunciadas ou afinamento do cabelo. Neste caso, vale procurar um especialista para avaliação do couro cabeludo e perfil hormonal.

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A avaliação é feita pelo teste de tração, que detalha se o cabelo está caindo em excesso e se a taxa de crescimento encontra-se abaixo do normal. Caso o índice de queda for alto em mais de uma área do couro cabeludo, é importante o especialista realizar uma análise com lupa (tricoscopia), para avaliar a quantidade de fios por folículo e diâmetro dos mesmos, além da saúde do couro cabeludo na totalidade.


"Alguns exames de sangue podem identificar comorbidades e alterações que levem à queda capilar, como ferro, zinco, selênio, magnésio, vitaminas D e B12, biotina, ácido fólico. É importante ter um perfil hormonal correto para instruir e prevenir o paciente antes de aderir ao megahair", comenta o dermatologista Victor Bechara, professor de cosmiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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O profissional frisa que pessoas com o couro cabeludo e fios não saudáveis devem evitar apliques colados. "Evite extensões muito volumosas, que tendem a pesar o fio e consulte o deu dermatologista para avaliar a saúde do couro cabeludo antes de realizar o procedimento. Pode provocar queda dos fios, morte dos folículos e até alopécia permanente. Quando o folículo piloso, que é o responsável pelo nascimento dos fios, morre, não é possível reverter o quadro e não nasce mais cabelo naquela região", diz.


Pensei bem e quero colocar o megahair. Como escolher?


"O tic tac e fita adesiva são os que menos prejudicam os fios. Há também o método de colagem das mechas com queratina quente, mas a retirada quebra muito o cabelo original", afirma o cabeleireiro Homero Barros.


Para cuidar da extensão colada, o ideal él avar periodicamente os cabelos e limpar bem o couro cabeludo para não obstruir os poros. "Use uma escova específica para megahair, trate os fios no banho e combine um leave-in para desembaraçar", indica.

O preço do procedimento varia de acordo com o método a ser colocado. "O valor começa com o tipo de cabelo comprado, espessura, procedência, volume e comprimento. Depois disso há a mão de obra do profissional, no caso da implantação de folículos, que pode custar, em média, de R$ 3 a R$ 15 mil", finaliza Homero.


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