Mulheres devem ser mais prejudicadas que homens pela redução no comércio internacional provocada pela pandemia do novo coronavírus, afirmou nesta quarta (5) a OMC (Organização Mundial do Comércio).
De acordo com a entidade, isso ocorre porque elas são a maioria dos trabalhadores de setores como têxteis, vestuário, calçados e produtos de telecomunicações, que tiveram as maiores quedas no crescimento das exportações durante os primeiros meses da pandemia.
Em alguns países, como Bangladesh, elas chegam a ser 80% dos funcionários das confecções, segmento cujas encomendas despencaram quase à metade no primeiro trimestre e tiveram queda de 81% em abril.
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No setor de serviços, as mulheres também superam os homens em empresas ligadas a viagens de turismo e negócios, que foram severamente afetadas pelas restrições para conter a transmissão do novo coronavírus.
O artigo afirma que, na média, 37% das trabalhadoras da indústria têm alto risco de serem afetadas pela redução do comércio depois da pandemia; entre os homens, a fatia é de 26%. No setor de serviços, o risco é alto para 10% das mulheres e 6% dos homens.
O impacto sobre as mulheres deve ser mais forte nos países em desenvolvimento porque neles elas estão menos protegidas por vínculos formais de trabalho. Além disso, há mais mulheres em tarefas que não podem ser realizadas remotamente.
Com base em dados dos Estados Unidos, o artigo afirma que só 22% das mulheres ocupam funções que permitem o trabalho remoto, contra 28% dos homens. Além disso 52% delas estão em empregos que exigem a interação face a face, proporção que cai para 39% entre os homens.
"A manutenção de mercados abertos durante o período de recuperação é essencial para a construção de um crescimento mais rápido e inclusivo", afirma a OMC. Além disso, segundo a entidade, seriam necessárias políticas trabalhistas e educacionais apropriadas para reduzir a desigualdade entre homens e mulheres.