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Violência doméstica

Vídeos ensinam a mulheres autodefesa na quarentena

Folhapress
20 abr 2020 às 10:41
- Reprodução/Pixabay
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Para tentar driblar as estatísticas de violência doméstica alimentadas pela quarentena, mulheres contam com uma série de vídeos que ensina a se defender de agressões mais comuns, que podem ocorrer em casa.

Quem mostra como evitar um agarrão de pulso, soco, puxão de cabelo, estrangulamento ou abuso é o Nós por Elas, projeto de defesa pessoal criado pelo empresário carioca Fabio Sá, 37, e a produtora paulistana Tássia Landgras, 27, há um ano.

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Com as aulas presenciais interrompidas pela pandemia, surgiu a ideia de gravar as dicas e publicar no Instagram.

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Fabio, faixa preta de jiu jitsu, luta há 20 anos. Tássia, ou Tata, que nunca dera um golpe, começa os vídeos com um "fala mulherada poderosa".

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Primeiro, o casal mostra os pontos fracos do homem e fortes da mulher. Exemplo: neles, o gogó é sensível, assim como o saco escrotal, têmporas, nuca, olhos, nariz e boca do estômago. Já elas devem usar cotovelo, joelho, almofada da mão, antebraço, calcanhar e ponteira do pé.


E pode esquecer o "nunca vou aprender" ou o "não é pra mim". A ideia é dar o beabá.

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"A técnica foge da realidade das mulheres comuns. O objetivo não é formar uma faixa-preta, mas mulheres empoderadas", diz Fabio, que contradiz o estereótipo do fortão.


Com estatura e peso reduzidos, Tata também sabe bem que não precisa ter anos no boxe ou muay thai e calibra os treinos, dizendo o que pode ou não funcionar. "A gente ensina o fundamental para sair da situação de risco. Você pode treinar em casa, sozinha, ou até escondido, no banho."

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Quando um homem vai agredir uma mulher, diz Fabio, em geral não usa técnica. "Ele não se preparou para te agredir. Está fazendo no impulso, na emoção, quando está fora de si, por raiva, bebida, droga." É, segundo o professor, um tipo de agressão contra o qual é mais fácil se defender.


A série de 20 vídeos no ar começa com a "base", ou seja, o que costumam ser as primeiras agressões, como um tapa ou soco. "Aqui, a ideia é humilhar a mulher", diz Fabio.

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Depois, vêm as situações de perigo, como estrangulamento. "Não é para matar necessariamente, mas para mostrar que eles têm o controle."


Por fim, os vídeos abordarão situações com risco de morte - estes ainda não foram publicados. Aqui entram todas as vezes em que a mulher é agredida deitada, embaixo do homem, inclusive os abusos.

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O mais importante, afirma Fabio, é incentivar as mulheres a tomarem uma atitude no momento em que for necessário. "Às vezes é um milésimo de segundo. Se ela ficar com pena ou não reagir, ferrou."


Para tanto, é preciso estar apta: trata-se de uma sigla que reúne antecipação, preparação, treinamento e atitude.

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A própria Tata percebeu durante as aulas que não tinha naturalmente propensão a se defender. "O machismo faz a gente se reprimir; a cada situação de assédio, de violência, assumimos o lugar dela", diz ela, que lamenta que a defesa pessoal não esteja no currículo escolar de um país onde uma mulher é assassinada a cada duas horas.


É uma realidade que Fabio não quer para Nina, sua filha de 9 anos. Foi quando ela nasceu que brotou a ideia do Nós por Elas. Mas o projeto só saiu do papel com Tata ao lado.


"Se o que a gente ensina chegar a uma mulher que está sendo agredida, já terá valido a pena", fazem coro.


Com o fim da pandemia, a ideia é seguir com as aulas presenciais, gratuitas, em uma academia no Itaim Bibi, na zona oeste de São Paulo. O passo seguinte é levar workshops de defesa pessoal a empresas.

Nina já aprendeu o básico. O pai diz que não quer vê-la bater em amiguinhos no recreio, mas tampouco aceita que apanhe de alguém maior. E sabe que deve se esmerar. "Não adianta tratar mal a Tata e dizer que a Nina pode ser quem ela quiser. Só se aprende pelo exemplo."


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