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Além das escolhas alimentares, veganismo é estilo de vida e movimento social

30 out 2020 às 16:53

No dia primeiro de novembro é comemorado o Dia Mundial do Veganismo desde 1994. A data foi escolhida por Louise Wallis que na época era presidente da instituição vegana mais antiga do mundo, a Vegan Society na Inglaterra, em comemoração ao aniversário de 50 anos dessa organização, que tinha sido criada no dia primeiro de novembro de 1944. Inclusive, a palavra vegan, que foi traduzida para vegano, foi criada por Donald Watson, o fundador da Vegan Society.


Veganos são pessoas que não se alimentam, nem consomem qualquer artigo de origem animal. Alice Kaseker Ribeiro (20), estudante de letras e de publicidade e propaganda, decidiu aderir ao movimento aos 16 anos motivada por sua empatia pelos animais. "Depois que eu virei (vegana), estudando e lendo mais sobre o assunto, só encontrei mais motivos para reforçar a minha escolha”, analisa.


Arquivo Pessoal/Alice Kaseker Ribeiro

Alice Kaseker Ribeiro (20) é vegana desde 2016


"A alimentação é apenas uma das frentes do veganismo. O veganismo se define como um estilo de vida, mas é um movimento social também que faz todo o possível para não explorar os animais em nenhum aspecto”, diz Ribeiro. Ela explica que o veganismo tem quatro principais áreas: não consumir qualquer alimentação de origem animal, não utilizar peça de vestuário de origem animal, não ter entretenimento que explore os animais, nem produtos testados em animais. A estudante considera o último o mais difícil por nem sempre ficar claro se um produto foi ou não testado em animais.


Ela conta que o veganismo ainda influenciou sua vida em outros aspectos. "Por causa do veganismo eu desenvolvi um olhar menos consumista, menos capitalista. Então, para mim, as preocupações do veganismo, que eu acredito, se estendem a todos os seres vivos. É um veganismo popular, um veganismo de esquerda que não acredita na opressão de nenhum ser vivo, nem homem nem animal”, acredita.


Segundo a estudante, a noção de que a alimentação vegana é cara parte de uma ideia muito ligada ao "veganismo liberal”, que consiste em um veganismo "que não vê nenhum problema em empresas multinacionais gigantes produzirem ‘produtos veganos’ e venderem para esse nicho de consumidores”.


iStock


Em sua opinião, esses produtos não fazem sentido. Ela acredita em um "veganismo popular” baseado na alimentação comum, que não tem como base produtos veganos industrializados. Esses produtos fazem parte de sua alimentação apenas de forma esporádica. Conforme sua visão de veganismo, o que faz sentido é: "apoiar pequenos produtores e ter uma alimentação mais próximo do natural possível”.


Não há, no Brasil, dados específicos sobre o número de veganos. No entanto, 14% da população brasileira se declarou vegetariana na pesquisa do Ibope de 2018. A partir disso, a SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira) estima, com base na proporção de pessoas que se declaram veganos em outros países, que 7 milhões de brasileiros sejam adeptos - 33% do total de 30 milhões de vegetarianos.


Para a estudante, a tendência do veganismo é continuar crescendo. "Eu espero que seja um veganismo crítico e não um veganismo liberal que cresce a partir desses novos produtos que vão sendo lançados e barateados com o tempo. Eu acho que ajuda isso existir no momento, mas o veganismo tem que ser crítico e tem que ser popular”, comenta.


Em comemoração ao Dia Mundial do Veganismo também separamos uma seleção de receitas veganas. Confira!


Torta Vegana de Legumes super fácil!


Salada Grega Vegana


Batatas e Cogumelos Salteados


Sorvete de Banana com Morangos apenas 2 ingredientes


Caldo de Feijão Vegano

*sob supervisão de Larissa Ayumi Sato.


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