Os programas emergenciais para enfrentar a pandemia da Covid-19 levaram à redução temporária da desigualdade no Brasil, aponta estudo. O auxílio emergencial, por exemplo, evitou que 23,5 milhões de brasileiros caíssem na pobreza. Outras 5,5 milhões de pessoas tiveram aumento de renda com a ajuda –o impacto total é sobre 29 milhões de brasileiros.
Sem as ações federais, a desigualdade teria crescido de forma acentuada. As conclusões são de estudos de Rogério Barbosa, da USP (Universidade de São Paulo), e Ian Prates, do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento).
Nota técnica do Boletim Mercado de Trabalho, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), mostra os efeitos do benefício de R$ 600 e da redução de jornada e corte de salário. Os resultados estão em constante atualização.
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As medidas foram adotadas pelo governo Jair Bolsonaro em abril. O auxílio emergencial é voltado a trabalhadores informais e atende 65,9 milhões de pessoas. Previsto inicialmente para abril, maio e junho, o benefício foi prorrogado até agosto (cinco meses) e custará R$ 254,2 bilhões.
A redução de jornada com corte de salário para trabalhadores formais chegou a 16,2 milhões de acordos. O programa foi estendido para durar até quatro meses.
Antes, seriam três meses para redução e dois para suspensão do contrato de trabalho. Ao todo, o programa custa R$ 51,6 bilhões, pois o governo banca parte da redução. "Na ausência de qualquer benefício dessa natureza, a desigualdade teria aumentado de modo constante e rápido", escrevem Barbosa e Prates, na nota publicada pelo Ipea no mês de julho.