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'Avanço na vacinação contra Covid não deve ser único critério para flexibilizar máscaras', aponta médica

Isabella Menon - Folhapress
07 out 2021 às 11:01
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A flexibilização do uso de máscaras contra o novo coronavírus em São Paulo e no Rio de Janeiro, que está em meio a discussões entre políticos, é vista com temor e ressalvas por Denise Garrett, epidemiologista e vice-presidente do Instituto Sabin (EUA).


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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta quinta-feira (6) que a decisão sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras deve ocorrer nesta quinta (7) durante uma reunião com membros do PEI (Programa Estadual de Imunização), do Comitê Científico e o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido.

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"Não sou contra a flexibilização, desde que seja feita da maneira correta, usando os indicadores corretos e na hora correta", diz Garrett. Ela indica que, em algumas ocasiões, o uso da máscara não é necessário, como em lugares abertos em que não há interação com outras pessoas.

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Porém, a epidemiologista diz, é preciso bom senso. Caso a pessoa esteja ao ar livre, porém, aglomerando de alguma forma, a máscara é essencial.


Ela cita como exemplo a rua 25 de Março, do centro de São Paulo. Lá, apesar de o comércio acontecer ao ar livre, há um fluxo intenso de comerciantes e compradores. A mesma recomendação vale para lugares fechados.

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"Chega em um ponto da pandemia em que temos que focar naquilo que é essencial", pontua a médica, que avalia que o fundamental, neste momento, é evitar compartilhar o ar com outras pessoas.


A possível flexibilização do uso de máscaras acontece em meio à queda no número de óbitos por Covid-19 e ao avanço na vacinação (veja como está a imunização no Brasil). Nesta quarta-feira (6), o estado de São Paulo superou os Estados Unidos e a Europa ao chegar a 60% da população totalmente vacinada contra o coronavírus.

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Garrett diz, no entanto, que é errado avaliar apenas a taxa de cobertura vacinal para discutir o fim da obrigatoriedade no uso das máscaras. Segundo ela, o indicador principal para essa tomada de decisão deve ser a circulação viral, ou seja, o número que resulta em novos casos e, consequentemente, em novos óbitos.
"De certa forma, a taxa de cobertura vacinal influencia na circulação, mas, com as novas variantes, nada é garantia", explica Garrett que cita a situação de Singapura.


O pequeno país, localizado no sudeste asiático, até há pouco era referência no controle de pandemia, com mais de 80% da população totalmente vacinada. A ilha, porém, passou a registrar uma alta de novos casos no final de setembro.

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No caso de Singapura, ela analisa que há um problema de controle em decorrência da variante delta. "Trata-se de uma variante muito transmissível", relembra a especialista, que frisa que é preciso analisar a taxa de cobertura vacinal de outra forma.


"Lá, ainda há 20% da população que não está vacinada. Quando a variante encontra esses 20% é a mesma coisa que colocar fogo em uma floresta seca. A variante não vai 'parar de queimar esse galho seco' até que haja uma medida de prevenção", exemplifica.

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Por isso, segundo ela, não há como, neste momento da pandemia, estabelecer um número e resolver abolir o uso de máscara quando atingir esse alvo. "Estamos com uma média de 500 mortes por dia. Isso é muita coisa", relembra.


A médica também ressalta que nenhuma dessas decisões que estão sendo tomadas são de nível nacional, mas, sim, estadual, caso das discussões de São Paulo e Rio de Janeiro. Ou ainda municipal, como ocorreu na cidade de Duque de Caxias (RJ), onde desde esta quarta (6) foi abolido o uso obrigatório de máscaras em locais abertos e fechados.

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"As bordas são porosas. Não tem como isolar uma cidade ou um estado que tem 90% de vacinação, afinal pessoas de outros estados vão continuar visitando esses lugares."


Além da discussão sobre o uso obrigatório de máscaras, nesta quarta-feira (6) o governo federal eliminou a proibição de voos que tenham origem em Reino Unido, África do Sul e Índia e segue sem incluir a exigência de comprovante de vacinação para ingresso de estrangeiros em território brasileiro.


Hoje, um ano e meio após o início da pandemia, Garrett analisa que é mais eficaz monitorar e acompanhar os turistas que vêm ao Brasil do que proibir voos. "É uma medida facilmente burlável, vimos que os Estados Unidos fecharam as fronteiras para o Brasil e os brasileiros começaram a fazer quarentena no México", diz ela, que é brasileira, mas vive nos EUA.


Ela cometa que, além da necessidade de comprovação de um teste negativo para o vírus na entrada do país, seria necessário acompanhar, fazer rastreamento e impor quarentena àqueles que chegam.


A epidemiologista analisa ainda que é preocupante o governo não exigir a vacinação daqueles que ingressam no Brasil.


"A vacina é uma política de saúde pública. Não existe liberdade individual quando se infringem a liberdade e a saúde de outras pessoas", conclui.

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