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Detalhamento

Censo 2022: mulheres são maioria em todas as regiões do Brasil pela primeira vez

Rafael Cardoso - Agência Brasil
27 out 2023 às 16:16

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- Walkíria Vieira/Grupo Folha
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As mulheres são, pela primeira vez em 50 anos, maioria em todas as grandes regiões do Brasil. Faltava somente a Região Norte para consolidar a tendência histórica de predominância feminina. Não falta mais, conforme o Censo Demográfico de 2022, que teve novos resultados divulgados nesta sexta-feira (27) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).


O país registra uma população residente de 203.080.756. Do total, 104.548.325 (51,5%) são mulheres e 98.532.431 (48,5%) são homens. Significa que há um excedente de 6.015.894 mulheres em relação ao número de homens. O IBGE considera, para fins de registro, o sexo biológico do morador atribuído no nascimento.

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O principal indicador utilizado pelo IBGE nessa categoria censitária é chamado “razão de sexo”, que leva em consideração o número de homens em relação ao de mulheres. Se for menor do que 100, há mais mulheres. Se for maior do que 100, há mais homens. 

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Se em 1980, havia 98,7 homens para cada 100 mulheres, em 2022 a proporção passou a ser de 94,2 homens para cada 100 mulheres.

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Na divisão por regiões, a razão de sexo do Norte era 103,4 em 1980. No último Censo, em 2010, era 101,8. Agora, é 99,7. 


No Nordeste, considerando os mesmos anos, passou de 95,8 para 95,3 e agora é 93,5. 

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No Sudeste, de 98,9 para 94,6 e 92,9. 


No Sul, de 100,3 para 96,3 e 95,0. 

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E no Centro-Oeste de 103,4 para 98,6 e 96,7.


Quando se consideram os grupos etários no Brasil, a proporção de homens é maior entre o nascimento e os 19 anos. 

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Entre 25 e 29 anos, a população feminina se torna majoritária e a proporção continua crescendo nas idades mais avançadas. O IBGE dealha a diferença inicial pelo número maior de nascimentos de crianças do sexo masculino. E a mudança na idade adulta pelas taxas maiores de mortalidade masculina na juventude.


“As causas de morte dessa população jovem masculina estão relacionadas às causas não naturais. Que são as causas violentas e os acidentes que acometem mais a população entre 20 e 40 anos de idade. Muito mais do que acontece com as mulheres”, aponta a pesquisadora do IBGE Izabel Guimarães.

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Unidades da Federação


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A análise por Unidades da Federação mostra que o Rio de Janeiro é o que tem a maior proporção de mulheres. A razão de sexo do estado é de 89,4 homens para cada 100 mulheres. Em números absolutos, são 16.055.174 de habitantes. Do total, 8.477.499 (52,8%) são mulheres e 7.577.675 (47,2%) são homens.


Entre os cinco primeiros desse ranking, vêm na sequência o Distrito Federal (91,1), Pernambuco (91,2), Sergipe (91,8) e Alagoas (91,9).


O Mato Grosso lidera a lista de estados com maior proporção de homens. A razão de sexo é 101,3 homens para cada 100 mulheres. Em números absolutos, são 3.658.649 de habitantes. Deste total, 1.817.408 (49,7%) são mulheres e 1.841.241 (50,3%) são homens.


Apenas outros três estados do país têm predomínio masculino na população: Roraima (101,3), Tocantins (101,3) e Acre (100,2).


Municípios


O Censo 2022 ainda leva em consideração o sexo da população em cada município. E os números mostram que o número de habitantes em cada um deles influencia diretamente na diferença entre homens e mulheres. Quanto mais populosos, maior é a presença feminina.


Nos municípios com até 5 mil habitantes, a razão de sexo é, em média, de 102,3 homens para cada 100 mulheres. 


Entre 5 mil e 10 mil habitantes, o indicador fica em 101,4. 


Entre 10 mil e 20 mil, 100,3. 


As mulheres começam a ser maioria naqueles que têm entre 20 mil e 50 mil: razão de sexo é 98,4. 


Entre 50 e 100 mil, 96,2. 


Entre 100 mil e 500 mil, 93,3. E para aqueles que possuem mais de 500 mil, o indicador é 88,9.


Na lista dos municípios brasileiros com a maior razão de sexo, nove dos dez primeiros são do estado de São Paulo. O líder é Balbinos, que fica na Região Geográfica de Bauru, e tem 443,64 homens para cada 100 mulheres. Na sequência vêm Lavínia-SP (286,63), Pracinha-SP (250,27), Iaras-SP (209,51), Álvaro de Carvalho-SP (204,5), Pacaembu-SP (195,35), São Cristóvão do Sul-SC (184,57), Florínea-SP (181,92), Serra Azul-SP (178,54) e Marabá Paulista-SP (165,72).


“Esse número maior de homens vai acontecer em muitos municípios com uma população carcerária grande. Ela é contada por meio dos domicílios coletivos no Censo Demográfico e, em Balbinos e outros municípios principalmente de São Paulo, a razão de sexo vai ser muito alta por causa dessa população que vive em presídios masculinos”, comenta Guimarães.


Entre os municípios com menor razão de sexo, o destaque é Santos, em São Paulo, com 82,89 homens para cada 100 mulheres. Logo vêm Salvador-BA (83,81), São Caetano do Sul-SP (84,09), Niterói-RJ (84,53), Aracaju-SE (84,81), Recife-PE (84,87), Olinda-PE (84,89), Porto Alegre-RS (85,24), Vitória-ES (86,18), Águas de São Pedro-SP (86,45).


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