O uso compulsivo da internet pode causar prejuízos no funcionamento físico, psicológico, interpessoal, conjugal, econômico e social. Ansiedade, angústia e tristeza são alguns dos estados comportamentais vividos pelos adultos que acabam dependentes dessa ferramenta.
"Pessoas que apresentam problemas relacionados a baixa autoestima, solidão, depressão e déficits em habilidades sociais estão mais propensas a utilizarem a internet em busca de alívio ou gratificação, o que torna seu uso reforçador, aumentando a possibilidade de uma utilização exacerbada", alerta a professora do curso de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica (PUCPR), Câmpus de Toledo, Vanessa Dettoni.
Alguns estudos, evidenciados na obra "Dependência de internet: Manual e Guia de Avaliação e Tratamento", indicam que a dependência de internet pode ser comparada às demais, ou seja, privar o seu uso pode desencadear crises de abstinência. Nestas situações, ao descontinuar o uso, a pessoa pode apresentar fissura, insônia, depressão e irritabilidade. Vanessa enfatiza que ao tentar evitar os sintomas, o dependente torna o uso da internet cada vez mais contínuo.
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"A internet possibilita uma sensação de liberdade e escolha, favorece distorções de auto-observação e de autoconhecimento, as quais podem impedir que o internauta discrimine os impactos nocivos gerados", avalia.
O uso da internet serve como respostas de fuga ou esquiva, pois permite, que a pessoa evite entrar em contato com estímulos aversivos, produtos de um problema ou situação difícil de sua vida cotidiana, além de fornecer estímulos reforçadores de um mundo virtual, como jogos, pornografia, redes sociais, dentre outros.
"Isso não quer dizer que quem faz uso da internet irá se tornar um dependente, tão pouco, apresenta transtornos psicológicos. Além disso, é necessário observar o tempo de utilização, a finalidade do uso e os impactos na vida da pessoa, para que se possa avaliar se o uso é de fato abusivo, se há uma dependência de internet", conclui Vanessa.