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Para 94% da população, negro tem mais chance de morrer por polícia

Isabela Palhares - Folhapress
18 jun 2020 às 08:38
- Tomaz Silva/Agência Brasil
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Nove em cada dez brasileiros reconhecem que pessoas negras têm mais chance de morrer pela polícia e menos de conseguir emprego, de acordo com a pesquisa Faces do Racismo.

Para 94% da população, pretos e pardos têm mais chance do que brancos de ser abordados de forma violenta ou de morrer pela polícia. Para 91%, pessoas negras também têm menos chance de conseguir um emprego formal.

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Os dados integram a pesquisa realizada em conjunto pela Cufa (Central Única das Favelas), Instituto Locomotiva e Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura). O levantamento foi feito nos dias 4 e 5 de junho com 3.100 pessoas, de 16 a 69 anos, que residem em todos os estados. "Uma coisa é a gente falar sobre o nosso sentimento em relação ao racismo. Outra é falar sobre o que é o racismo. Esses dados mostram uma fotografia bastante precisa que se aproxima do nosso sentimento sobre o racismo no Brasil", disse Celso Athayde, fundador da Cufa.

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Athayde destacou que, apesar de a população reconhecer a forte presença do racismo, ela ainda não identifica o seu papel na discriminação. Para 18% dos entrevistados, "não há problema em fazer piadas sobre pessoas negras" e 58% afirmam que o "politicamente correto está deixando o mundo chato". "Os dados mostram que o brasileiro reconhece e enxerga o racismo, a desigualdade, o preconceito, mas não percebe o impacto disso. Não discute, não analisa o impacto disso na nossa sociedade", afirmou.

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Além de medir a percepção sobre o racismo, a pesquisa também apresenta números sobre as diferenças econômicas e as oportunidades de estudo e emprego. O estudo mostrou que negros ocupam posições mais precárias no mercado de trabalho.
Enquanto 38% dos brancos estão empregados no setor privado com carteira de trabalho, na população negra essa taxa é de 34%. E os brancos são maioria entre os empregadores: 7% contra 3% dos negros.


Já entre os que trabalham sem carteira assinada, os negros são maioria: 14% contra 10% na população branca. e também são a maioria entre os trabalhadores domésticos: 8% ante 5% de brancos.

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Além disso, apesar de a maioria dos entrevistados (66%) dizer ter chefes brancos, apenas 46% da população reconhece ter pouca ou nenhuma diversidade em seu ambiente de trabalho. A pesquisa também mostra que os trabalhadores brancos ganham em média 76% mais do que os negros. No país, a média salarial dos brancos é de R$ 3.100, enquanto a dos negros é de R$ 1.764.


Para Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, o levantamento mostra a naturalização do racismo no Brasil, já que os entrevistados reconhecem a diferença de oportunidades. "Ainda que reconheçam que os negros têm mais risco de sofrerem violência, há 53% de pessoas que afirmam existir racismo contra brancos."

A pesquisa mostra que 7% crê que o combate ao racismo é luta só dos negros e 38% acreditam que o racismo está "apenas em algumas pessoas". Há 7% que dizem "não haver racismo no Brasil" e 8% que acreditam que a "mistura de raças é uma das principais causas dos problemas". "Esses dados mostram que as pessoas ainda não sabem a origem do racismo", disse Meirelles.


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