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Podcast analisa como cultura pop formou mundo LGBTQIA+

Leonardo Sanches - Folhapress
28 jun 2021 às 08:34
- Pixabay
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Habituadas com a comédia, as drag queens encontraram terreno fértil na atual onda de podcasts que invadiu as plataformas de streaming. De competidoras de "RuPaul's Drag Race" a performers nacionais, são várias as rainhas que criaram programas para falar de assuntos do mundo LGBTQIA+.


Diante de tanta oferta, é fácil cair no marasmo. Talvez por isso "Queers Gone By" logo chame atenção –sua premissa é original, criativa e bastante pertinente para qualquer pessoa representada pela bandeira do arco-íris.

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Lançado em 2019, o podcast é apresentado pela drag queen britânica Kate Butch –uma brincadeira com o nome da cantora Kate Bush e a palavra inglesa para "machão"– e a comediante bissexual Caitlin Powell. Nesta semana, elas chegaram ao episódio de número cem, então já há bastante material disponível para quem quiser conhecer
"Queers Gone By".

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Toda semana, as duas escolhem um filme, série, personagem ou qualquer outro elemento da cultura pop para analisar e decidir se ele contribuiu, de alguma forma, para a "formação" LGBTQIA+ delas e de milhares de outras pessoas. Há desde obviedades, como a série "Glee" –é fato notório que ela ajudou muita gente a sair do armário–, até títulos que devem causar estranheza, como "Art Attack", programa da Disney que ensinava as crianças a fazer arte.

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Muitos LGBTs certamente vão se deliciar com as conversas de Kate e Caitlin, já que ambas dissecam lenta e detalhadamente os elementos dessas obras a fim de encontrar códigos pró-diversidade nas entrelinhas, ou então de identificar elementos fortes do imaginário gay que estão presentes em filmes e séries que jamais pretenderam fazer um aceno a essa comunidade.


É o caso do episódio que versa sobre "O Diabo Veste Prada", por exemplo. Além de falar sobre moda e o universo feminino, o filme ainda tem uma diva da vida real, Meryl Streep, no papel daquela que se tornou uma diva da ficção, a carrasca Miranda Priestly. Ou então de "High School Musical", um musical centrado num romance meio bestinha, mas que tem como um de seus pontos altos a popstar fabulosa Sharpay.

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Essas leituras envolvem alguns clichês, é verdade, mas a graça é justamente notar como alguns estereótipos de fato fazem sentido –e tudo bem.


São vários os episódios que apelam à nostalgia. Alguns são bem específicos para os britânicos, é verdade, mas outros debatem fenômenos tão mundiais que devem entreter até quem não é LGBT. Naquele destinado a "Shrek", por exemplo, algumas cenas não muito importantes da animação logo ganham significados muito mais geniais e mirabolantes.

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As apresentadoras dizem que se identificavam com o universo do ogro da Dreamworks porque o filme seminal, afinal de contas, falava sobre como as criaturas de contos de fadas eram perseguidas e rotuladas como aberrações. Elas chegam a alçar o Lobo Mau ao papel de ícone não-binário, enquanto o fato de Pinóquio admitir que usa roupa íntima feminina também é motivo para especulação.


Essa mistura de nostalgia, humor e teorias da conspiração é muito divertida, mas acaba falhando por causa da maneira como o podcast é conduzido. Há um quê de amadorismo nos episódios, que são bem mais longos do que deveriam simplesmente porque as apresentadoras, com frequência, se perdem nas conversas paralelas e em piadas internas.

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Para quem ainda não mergulhou de cabeça em "Queers Gone By" e, portanto, não está tão envolvido com Kate e Caitlin, pode ser difícil encontrar forças para escutar mais de um capítulo do programa.
A ausência de um roteiro se junta a alguns problemas técnicos que também devem afastar parte dos ouvintes. O volume dos episódios oscila muito e com frequência o público vai precisar diminuir o som ao ser metralhado pelos gritos e risadas altíssimas das apresentadoras.


"Queers Gone By" parte de uma ideia fantástica, mas muito mal aproveitada pela dupla. Uma reformulação do programa certamente cairia bem, e quem sabe até o ajudaria a alçar voo para além do público LGBTQIA+ –até porque a curadoria de temas é ótima e fácil de se relacionar.

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QUEERS GONE BY

Onde: Disponível nas plataformas de streaming


Idioma: Inglês


Criação: Caitlin Powell e Kate Butch

Avaliação: Regular


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