“Deixar para depois, o que você deveria ter feito hoje”, essa frase exemplifica bem o que é a procrastinação. Adiar atividades, às vezes simples, às vezes complexas, pode deixar seus objetivos e sonhos cada vez mais distantes, além do peso emocional por não fazer o que deveria ser feito.
Mas afinal, por que procrastinamos? Segundo Márcio Micheli, especialista em inteligência emocional e coach, a procrastinação tem três origens: o prazer, a motivação ou a dor.
“Nosso cérebro está sempre em busca de prazer e quando ele enxerga a oportunidade de prazer rápido, gastando pouca energia, ele nos direciona para aquela atividade. A exemplo de pessoas que precisam estudar, mas que por algum momento se distraem com a TV ou redes sociais, e por ali passa horas deixando de fazer o que tem que ser feito”, explica o especialista. Ao identificar essa causa, Márcio orienta que é preciso buscar um local que proporcione foco, dando menos alternativas para o cérebro procurar prazeres rápidos que desviem do propósito.
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Outra origem da procrastinação é a motivação, que está ligada ao nosso perfil comportamental. “Pessoas com perfis Influente ou Dominante, têm maior facilidade em começar as coisas e dificuldade em terminá-las. Já pessoas com perfil Estável ou Analítico, têm facilidade em terminar e dificuldade em começar. Além disso, cada perfil tem uma força motivadora, Influentes se motivam em fazer diferente, Dominantes em fazer rápido, Estáveis em fazer com segurança e Analíticos em fazer certo”, explica Márcio. Sendo ideal que a gente sempre busque pessoas com perfis comportamentais complementares aos nossos, sejam em relações pessoais ou profissionais para que possamos equilibrar a execução daquilo que precisa ser feito, e outro ponto é entender as motivações e trabalhá-las de acordo com o seu perfil.
A terceira origem está ligada à dor, tem a ver com lembranças geradas por experiências vividas ou observações que geraram informações que foram transferidas para nossa memória de longo prazo. “Nesse caso, é preciso identificar e ressignificar o ocorrido para que o cérebro dê legitimidade em avançar de maneira leve, sem exigir um esforço muito grande”, finaliza Márcio Micheli.
Identificando a origem da procrastinação fica mais fácil de eliminar esse comportamento, e para isso o coach ainda deixa um passo passo, para você tirar as tarefas do papel e partir para a ação:
1º Passo: durante uma semana (7 dias), faça uma lista com todas as atividades, grandes ou pequenas, simples ou complexas, que por algum motivo você deixou de fazer. Anote apenas a atividade, sem informações, é importante fazer por sete dias, para que se complete um ciclo dentro da sua rotina.
2º Passo: escolha uma única atividade, uma simples, para ser executada. Coloque prazo, que dia e que hora você a fará.
3º Passo: caso tenha algum tipo de dificuldade em executar a tarefa, peça auxílio para uma pessoa que não vai te julgar, que não conhece seu histórico de procrastinação daquela atividade. A ideia é que você tenha um par para te apoiar no processo.
4º Passo: reconheça que a tarefa foi feita, faça um registro por exemplo com uma foto. O famoso “tá pago” na academia gera uma informação muito importante para nosso cérebro.
5º Passo: celebre as conquistas. Pequenas ou grandes elas devem ser celebradas, a dopamina liberada fará você se sentir melhor, mais disposto e motivado para prosseguir.
6º Passo: escolha outro item da lista e entre em ação novamente, repita o ciclo e em pouco tempo estará fazendo tudo de maneira leve, sem grandes esforços.