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Isolamento social

Quando todas as amizades se transformam em virtuais

Victória Vischi - estagiária*
08 jan 2021 às 15:26
- Pixabay
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"Internet, você me ama?” (Internet, do you love me?)*


Isso não é o álbum da banda The 1975, mas também pode ser considerado "Um Breve Inquérito sobre Relacionamentos Online” (A Brief Inquiry Into Online Relationships). O crescente uso da web e o aumento de relacionamentos virtuais são temas de diversos produtos culturais. Ainda que muitas dessas produções foquem em relações românticas ou no "lado sombrio da internet”, as amizades virtuais também merecem destaque.

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Quem nunca ouviu alguém comentar sobre como os jovens passam muito tempo online? Como estão sempre conectados, mesmo quando estão na presença de outras pessoas? Segundo um estudo da UCI (Universidade da Califórnia Irvine), muitas amizades virtuais têm as mesmas qualidades das presenciais. Mas será que estar acostumado a manter amizades online tornou mais fácil para os jovens lidarem com o isolamento social?

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Larissa Bonfim, 23, tem amigos virtuais há cerca de 8 anos e considera que isso ajudou a lidar com a quarentena, apesar de que "ainda assim continua estranha a forma como, no momento, todos os meus amigos se tornaram virtuais”. A facilidade que ela tem de conversar com as pessoas de forma virtual foi uma característica facilitadora para esse período, mas isso não tornou ficar quase um ano sem ver os amigos fácil. "Dá muita saudade porque, diferente dos amigos virtuais, eu já sei como é conviver com eles pessoalmente e é chato não poder fazer isso”, conta.

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Já Cris Guerra, 22, tem amigos virtuais há quase 10 anos; ela diz que "meio que mora na internet”. Cris não acredita que isso tornou o isolamento mais fácil. Antes da pandemia, ela pensava que podia ser mais tranquilo lidar com a situação. No entanto, nunca criou muita expectativa porque considera que "é esquisito falar com pessoas que eu conheço na vida real pela internet, mas os amigos que são da internet eu continuo falando normal”. Além disso, destaca que são situações diferentes e essas relações têm ritmos diferentes.


Rae dos Santos, 22, que possui amizades virtuais há 4 ou 5 anos, tem uma opinião parecida. Antes da pandemia achava que podia ser mais fácil, mas na realidade a situação "faz notar no que a sua amizade se baseia, se é mais em conversas ou mais do tipo só pra dar rolê e tal, nenhum é ruim. São só situações diferentes”.

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Todas reclamaram que estão saturadas do isolamento social. Rae conta que sente mais falta de "coisas bem bobas, tipo só bater papo antes da aula, e sinto que perdi um pouco as minhas habilidades sociais, sério, acho que vou ser mais tímida pós-pandemia”. Enquanto isso, Larissa comenta que o mais difícil para ela tem sido "a frustração de sentir que sou uma das únicas pessoas levando a pandemia a sério e realmente me isolando o máximo possível”.


Cris também está achando difícil ver que muita gente não está mais mantendo isolamento. "Eu fico com vontade de jogar tudo para o alto”, diz. Ela tem achado todos os aspectos do isolamento desafiantes. Ainda que não saísse com tanta frequência antes da pandemia, exceto para estudar e trabalhar, ficar em casa o tempo todo tornou "muito difícil manter horários, padrões e regras, porque afinal de contas o que é o tempo? O tempo é um conceito abstrato demais, é horrível”.

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Larissa e Rae têm feito alguns rolês virtuais como uma forma de fazer algo com os amigos. No caso de Larissa, esse é um costume frequente, que ela já tinha antes da pandemia, porque "a grande maioria dos meus amigos mora em cidades diferentes da minha e todos têm rotinas diferentes também, então era mais fácil fazer encontros virtuais”. Ela e seus amigos se reúnem para jogos online, assistir séries e filmes juntos ou fazem chamadas de vídeo para colocar a conversa em dia. Enquanto isso, Cris não tem participado de atividades desse tipo - "eu fujo de todos os rolês virtuais como o diabo foge da cruz”.


Tempo na internet

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Segundo a coleção de relatórios "Digital 2019” produzidos em parceria pela Hoopesuite e a We Are Social, a média de tempo que os brasileiros passam conectados à internet por dia é de 9 horas e 20 minutos. Esses resultados colocam o Brasil como o segundo país que passa mais tempo conectado à internet por dia, atrás apenas das Filipinas onde a média é de mais de 10 horas. Esses dados são anteriores à pandemia da Covid-19, que fez muitos brasileiros aumentarem seu tempo diário de uso na internet. Segundo uma pesquisa realizada pela Ericsson, o aumento no consumo de internet fixa foi de 4 horas diárias.


*Trecho da música The Man Who Married a Robot/Love Theme parte do álbum A Brief Inquiry Into Online Relationships da banda The 1975

*Sob supervisão de Larissa Ayumi Sato.


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