Em meio à crise sanitária, causada pelo novo coronavírus, as populações do Brasil e do mundo foram forçadas a reimaginar a vida cotidiana e financeira, uma vez que os efeitos dessa crise afetaram fortemente a nossa economia.
Segundo dados recolhidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a quantidade de desempregados no Brasil já ultrapassa os 14 milhões. O momento é delicado e a economia está fragilizada. Nessa situação, as dívidas crescem, as oportunidades diminuem e o brasileiro começa a optar pelos planos B, C e D. Por exemplo, segundo o SFN (Sistema Financeiro Nacional), o crédito alcançou 54,4% do PIB em março deste ano.
Essa é uma resposta natural à situação. Muitos dos brasileiros que conseguiram se manter empregados precisam encontrar novas maneiras de se manter, e uma delas é usar suas opções de crédito e financiamento. Mas como evitar a necessidade de crédito e, principalmente, como garantir uma estabilidade financeira duradoura e à prova de crise?
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Tudo azul
Parece simples, mas esse é um pensamento que precisa ser mantido e explorado: a soma de todas as suas contas deve sempre ser positiva. Mantendo isso em mente, é possível tomar um momento de reflexão profunda a cada nova empreitada.
Devo comprar isso ou aquilo esse mês? Só se eu continuar no azul. Devo investir em tal coisa? Só se ela aumentar o meu saldo positivo. E por aí vai. É um pensamento simples, mas eficaz. Funciona como um gatilho para a tomada consciente das decisões que afetam a sua vida financeira.
Diagnóstico e manutenção
Com esse pensamento estabelecido, é hora de praticar, mas, primeiramente, é preciso estudar sua receita e seus gastos, fazendo um dossiê completo da sua vida financeira. Afinal, é fácil se perder com tantas coisas para se atentar, mas é imprescindível o conhecimento completo de qualquer coisa que você se propõe a administrar.
Começando pela receita: qual a sua fonte principal? Salário, lucro de investimentos, horas extras, serviços como freela, bicos Tudo precisa estar na ponta do lápis – ou na tela do app –, para que você entenda quanto possui por mês.
Depois, uma divisão simples pode ser aplicada. Uma regra popular que pode ser utilizada é a de que 50% da sua receita pode ser dedicada às suas contas, 30% ao lazer e à vida cotidiana e 20% deve ser guardado.
Seguindo essa divisão simples, é fácil saber o quanto você tem para dedicar às contas e começar a identificar todas elas.
Comece entendendo o quanto gasta por mês com moradia e alimentação. Você paga aluguel e condomínio ou tem uma casa ou apartamento financiado? Quanto é gasto nas contas fixas como água, luz e internet? E, quanto ao mercado e a outras taxas variáveis, qual a média mensal de investimento nessa área?
Após identificar todas as contas a serem pagas, é só ajustar os valores da sua divisão inicial e está feito. Assim, você já estará preparado para começar a pensar em prol do saldo positivo.
Dívidas e dicas para a estabilidade
Após saber quanto é gasto todo mês, você também terá identificado suas dívidas a longo prazo. Para administrá-las melhor, é importante manter o pensamento inicial e utilizar todos os seus recursos disponíveis.
Comece não fazendo mais dívidas. O uso do cartão de crédito pode ser muito benéfico para quem tem dificuldades em estabelecer uma rotina de compras saudável e regrada, mas pode acabar facilmente indo na direção do abuso. Se esse é seu caso, repense a forma de usá-lo e, se necessário, diminua o limite ou use apenas dinheiro.
Entenda também que os juros que são cobrados por compras feitas em muitas prestações podem parecer inofensivos a princípio, mas atrapalham no controle geral das contas. E, se for o caso de ter adquirido bens comuns às metas de vida tradicionais do brasileiro, como carro ou casa própria, revise a dívida feita e procure novas opções para lidar com elas, como refinanciamento de veículo ou imóvel.
A partir daí, basta manter um plano conciso e de metas bem esclarecidas. Estabeleça seus objetivos profissionais e pessoais e todas as coisas que deseja ter ou em que deseja investir, sempre mantendo o saldo positivo em mente e alinhado ao seu diagnóstico, que, aliás, deve ser no mínimo semestral.
Em tempos de instabilidade geral, pode ser complicado manter uma rotina financeira saudável, mas, mantendo esse pensamento de que a conta deve estar sempre no azul e crescendo, já é possível começar a caminhar na direção da mudança ou da recuperação.