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Econômico x social

"Londrina não é tão rica quanto parece", diz Kireeff

Guilherme Batista - Redação Bonde
29 dez 2013 às 16:31
- Wilson Vieira/Divulgação
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Depois de iniciar o governo com previsão de R$ 70 milhões de déficit no primeiro ano de administração, o prefeito de Londrina Alexandre Kireeff (PSD) conseguiu fechar 2013 no azul. O chefe do Executivo, no entanto, admitiu dificuldades com os cofres municipais.

"Londrina não é tão rica quanto parece, quanto a classe política fez parecer para a população nas últimas gestões", observou em entrevista exclusiva ao Bonde/Folha de Londrina para justificar os cortes registrados, principalmente, nas secretarias municipais destinadas às minorias.

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A Fundação de Esportes (FEL) sofreu para manter o Projeto Futuro. A Secretaria de Cultura só conseguiu retomar a licitação para o restauro do seu prédio no final do ano, após economizar R$ 400 mil cortando custos do dia a dia. Mulher e Idoso apagaram incêndios e precisaram conter verba para manter os projetos sociais. A Assistência Social, por fim, também penou para dar andamento aos atendimentos. Tanto é que a Câmara Municipal de Londrina precisou intervir na votação do Orçamento 2014 para conseguir aumentar a verba da pasta em R$ 1,4 milhão. A intervenção do Legislativo traduziu a insatisfação de algumas entidades assistenciais, que reclamaram do pouco dinheiro para tocar os projetos.

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Sobre as dificuldades enfrentadas pelas pastas, Kireeff destacou que "os cortes foram generalizados". "Apenas Educação e Saúde não foram contingenciadas. No passado, prometeram à população serviços públicos das mais variadas vertentes e qualidades que não temos capacidade de arcar. A população foi enganada. O orçamento é incompatível com a nossa capacidade, temos que cair na realidade", disse.

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Como efeito de comparação, o prefeito ressalta os dados de 2012, quando o dinheiro da prefeitura acabou em setembro. "Se não fosse o Profis (Programa de Recuperação Fiscal), que arrecadou R$ 80 milhões com contribuintes inadimplentes, o município não teria conseguido pagar nem as contas básicas e muito menos o 13.º salário para os servidores."


Econômico x social

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O primeiro ano de Kireeff à frente da prefeitura foi marcado por um política de incentivo a empresas. Em 365 dias, dezenove terrenos públicos foram doados pela atual administração. Questionado sobre prioridades, o prefeito garantiu que não há divergências. "Eu governo para o londrinense. Claro que devemos ter um foco em Saúde e Educação, que impactam muito mais na fatia da população com maior carência econômica e menos oportunidades. Subimos o percentual do orçamento 2014 de 24% para 31% no caso da Saúde. Em relação à Educação, o crescimento será de 25% para 28%. Uma coisa é você dizer que prioriza, outra é vincular isso ao orçamento", argumentou sem mencionar os incentivos a empresários.


Ele garantiu que Londrina tem terreno tanto para empresas quanto para a construção de equipamentos públicos, como escolas e postos de saúde. "Se não tivermos ampliação da atividade econômica, não vamos ter renda suficiente para traduzir em melhores serviços públicos. Não fecha a conta. É muito importante que haja crescimento econômico. É por isso que precisamos valorizar as pequenas e médias empresas".

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Londrina x Maringá


Maringá tem mais indústrias do que Londrina. A cidade do noroeste também tem renda per capita maior e arrecada mais ICMS, mesmo tendo 380 mil habitantes contra mais de 500 mil em Londrina.
Alexandre Kireeff admitiu que os dados atuais são "devastadores" para a cidade e adiantou que vai enfrentar muitas dificuldades para inverter o cenário. Ele falou em trabalho em longo prazo, que só deve começar a surtir efeito em 2015. "Londrina é economicamente mais poderosa, mas Maringá tem um Parque Industrial maior. É por isso que arrecada mais ICMS", explicou.


O prefeito disse que, "infelizmente, Londrina pulou a etapa do desenvolvimento industrial". "A cidade sempre foi uma matriz prestadora de serviços. Não fez a etapa inicial de industrialização. É por isso que precisamos nos esforçar tanto", afirmou.

Questionado sobre o perfil industrial de Londrina, Kireeff citou a área farmacêutica e o setor químico ligado ao agronegócio, além das tecnologias da Informação (TI) e saúde, voltada para a criação e venda de equipamentos médicos e odontológicos. "Vale lembrar também que se as pequenas e médias empresas não tivessem deixado a cidade por causa da falta de incentivo, não teríamos perdido tanto com a arredação de ICMS. As indústrias deste porte são fundamentais para essa busca por um perfil arrecadatório mais equilibrado", destacou o prefeito, acrescentando que a cidade não tem condições de atrair grandes empresas. "Estamos longe do mar e ilhados por barreiras alfandegárias, que são as praças de pedágio", completou.


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