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Consumidor fica refém das fusões de empresas

Agência Estado
03 ago 2011 às 10:07
- Reprodução
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Grupo Pão de Açúcar e Casas Bahia, Perdigão e Sadia, Itaú e Unibanco. Essas foram as fusões mais significativas ocorridas no Brasil nos últimos anos e que mexeram com o dia a dia do consumidor. Será que ele foi beneficiado, os preços caíram? O atendimento melhorou?

São transações bilionárias, que se tornam importantes do ponto de vista dos negócios, significando mais faturamento para as empresas envolvidas. Só que o consumidor apenas observa os acontecimentos. As parcerias tendem a limitar o poder de escolha do brasileiro, já que essas fusões concentram mercado nas mãos de menos grupos. De acordo com o sócio-diretor da Go4! Consultoria de Negócios, Christian Majczak, quando há uma fusão, a tendência é que os preços aumentem. "As empresas fazem transações para intimidar a concorrência e por isso colocam o preço que bem entendem", afirma ele.

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Em 2008, ocasião da união entre Itaú e Unibanco, pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) mostrou que, das 35 tarifas cobradas por ambos os bancos, 26 delas eram maiores no Unibanco. Hoje, todas as cobranças foram igualadas para os clientes. O Itaú Unibanco não informa se, na média, as tarifas subiram ou diminuíram mas, segundo o Idec, desde 2008 a cesta de tarifas do Itaú teve um aumento de 7%.

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É essa mudança nos preços que preocupa os consumidores. A designer de interiores Beatriz Campos, de 62 anos, é uma das pessoas que se mostram contrárias à união entre grandes empresas. "Se a fusão entre o Carrefour e o Pão de Açúcar acontecesse, o governo, ao permitir, estaria caminhando contra tudo o que um dia jurou defender: o povo."

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O Índice Nacional de Satisfação do Consumidor, verificado mensalmente pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), mostra que, no mês de julho, 15% dos internautas que comentaram as negociações da fusão entre as redes varejistas se mostraram contrários a essa parceria. A pesquisa monitora sites, blogs e redes sociais e em apenas um mês, 800 pessoas se expressaram sobre o assunto. "O que surpreendeu é que os internautas palpitaram sobre a ajuda do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)
no caso. A população está mais consciente", diz Alexandre Gracioso, vice-presidente da ESPM e coordenador do indicador de mercado. O BNDES faria um aporte de R$ 4,5 bilhões de dinheiro público para concretizar o negócio.


Mas para o sócio-diretor comercial do Grupo Azo, consultoria especializada em varejo, Marco Quintarelli, as fusões estimulam o crescimento de outras companhias, que investem para não perder mercado. Ele afirma que, em um primeiro momento, as empresas que fizeram fusão passam por dificuldade. "Quem consumia Perdigão tem antipatia pela Sadia, que teve produtos retirados do mercado."

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A dona de casa Ana Carolina Escudeiro de Moura, 21, está casada há sete meses. Desde então, passou a prestar mais atenção aos preços. "Nunca vou no mesmo mercado. Gosto de variar para sentir as mudanças dos preços. Com as fusões, fico sem opção de mercado e sem opção de mercadoria."


O presidente da Associação Brasileira do Consumidor (ABC), Marcelo Segredo, afirma que é exatamente esse o problema. "Os preços podem aumentar muito e não há ninguém que possa controlar isso."


Segundo o diretor de Estudos e Pesquisas do Programa de Administração de Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Administração (FIA), Nuno Manoel Martins Dias Fouto, as variações de preços dependem do comerciante e do cliente. "O Pão de Açúcar é uma empresa inteligente. Eles variam os preços dos produtos em lojas regionais."

Já o especialista em fusões e aquisições da Guimarães & Vieira de Mello Advogados, Leonardo Guimarães, discorda. "As fusões agregam muito à economia do País, pois juntas as empresas fortalecem o mercado brasileiro ante outros países. Se o Pão de Açúcar tivesse comprado o Carrefour, todos os lucros ficariam no Brasil. Se fosse o contrário, o faturamento iria para a França."


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