Estudantes de pós-graduação da UEL (Universidade Estadual de Londrina) realizaram um protesto contra o corte de bolsas de estudo pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), anunciado na terça-feira (6) e que atingiu 772 pessoas somente na UEL e mais de 200 mil pessoas em todo o Brasil.
O ato foi organizado pelo DCE (Diretório Central de Estudantes) e teve início às 10h30 da manhã no Ceca (Centro de Educação Comunicação e Artes).
Com faixas pedindo pelo pagamento das bolsas e também reivindicando o reajuste do valor pago a eles, o grupo se mostrou indignado com o que considera descaso com que o Governo Federal tem tratado quem é responsável por boa parte da pesquisa científica realizada no País.
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A estudante do mestrado Jennifer Cardoso é uma das que fazem parte do programa de pós-graduação em microbiologia da Universidade Estadual de Londrina e relatou que está vivendo um momento bem complicado.
"A gente tem que concluir a pesquisa e precisa escrever artigos e a dissertação. Ao mesmo tempo, temos de participar de eventos para estar divulgando o nosso trabalho e conseguir fazer com que essa pesquisa seja implantada de alguma forma na comunidade. Estou passando por um processo seletivo para entrar no doutorado, mas a gente fica de mãos atadas. Apesar da correria do fim do semestre, nós estamos dando uma pequena pausa para vir aqui e mostrar que precisamos mudar esse corte de verbas", destacou.
O aluno de doutorado de Patologia Experimental da UEL, Luca Suzuki Trancolin, deveria receber R$2,2 mil. "Eu sou de Assis (SP) e me mantenho aqui em Londrina com a bolsa.
Um mês sem bolsa e provavelmente janeiro também vai impactar muito na minha vida, e também na vida de muitos outros estudantes.
"Eu divido aluguel com uma pessoa e pago R$900, gasto R$600 por mês com alimentação e tenho um gasto de R$ 300 com combustível, porque tenho que vir diariamente para a UEL. É difícil a gente se manter aqui", declarou.