Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Entenda

Cientistas treinam abelhas para fazer teste rápido de Covid-19

Everton Lopes Batista- Folhapress
18 mai 2021 às 09:16
- Pixabay
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade


Um grupo de pesquisadores da Universidade de Wageningen, dos Países Baixos, e da startup InsectSense diz ter treinado abelhas para esticarem a língua ao sentirem o cheiro do coronavírus Sars-CoV-2 em amostras infectadas pelo patógeno.

Assim, os insetos poderiam atuar como um tipo de teste rápido e barato para detectar a Covid-19 na fase aguda, defendem os cientistas.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Todos os dias, milhares de pessoas ainda são infectadas pelo vírus no mundo todo, apesar do início da distribuição das vacinas eficazes contra a doença. Diversos países, especialmente os mais pobres, não contam com quantidades suficientes do imunizante para suas populações. Testar os doentes e isolá-los rapidamente é uma maneira já consagrada de evitar que a Covid-19 se espalhe.

Leia mais:

Imagem de destaque
PL das cobaias

Senado aprova projeto que regula pesquisa com seres humanos

Imagem de destaque
Prova em 12 de maio

Mais de 15 mil candidatos estão inscritos para o concurso da Prefeitura de Rolândia

Imagem de destaque
Londrina

Mais de 2,3 mil candidatos compareceram ao teste seletivo da prefeitura para professores

Imagem de destaque
Pedidos pela página do participante

Pedidos de isenção da taxa do Enem podem ser feitos até esta sexta


As abelhas, assim como os cachorros, possuem um olfato extremamente aguçado. Os insetos conseguem encontrar uma determinada flor a quilômetros de distância apenas por sentirem o seu aroma.

Publicidade


As mudanças metabólicas causadas pelo coronavírus produzem um cheiro específico (como acontece com várias outras doenças). O que os pesquisadores fizeram foi educar os insetos para sinalizar a presença do cheiro do Sars-CoV-2.


Os cientistas usaram 150 abelhas no experimento. No protocolo, toda vez que uma amostra de secreção de visons infectados pelo vírus era aproximada da abelha, o inseto recebia uma solução de água com açúcar, e esticava a língua para receber o líquido doce. É com a língua, uma estrutura muito fina, que a abelha coleta o néctar das flores.

Publicidade


A ação foi repetida várias vezes, até que as abelhas ficaram condicionadas a estender a língua toda vez que sentissem o cheiro do coronavírus, esperando pela água com açúcar mesmo que ela não viesse. De acordo com um comunicado publicado pelos pesquisadores, o treino leva alguns minutos para ser completo.


As abelhas não são infectadas pelo coronavírus, isto é, elas não desenvolvem a Covid-19. Mas ainda não se sabe se elas podem carregar o vírus e infectar outros animais ou pessoas. Após a realização dos experimentos as abelhas foram sacrificadas para evitar os riscos de espalhar a doença.

Publicidade


No comunicado, os cientistas afirmam que os insetos foram capazes de distinguir as amostras de animais infectados das de animais saudáveis com muito poucos resultados falsos, mas não especificaram a porcentagem de precisão que teria um teste feito usando os animais. A mesma performance foi obtida em experimentos posteriores, realizados com amostras de secreções humanas, dizem os pesquisadores.


"Abelhas estão disponíveis globalmente, então a única coisa de que as pessoas precisam é uma máquina para treinar os insetos. A InsectSense já desenvolveu protótipos de um aparelho que pode automaticamente treinar várias abelhas ao mesmo tempo e um biossensor que coloca as abelhas para fazer o diagnóstico. Essa tecnologia pode ser um sistema de diagnóstico muito efetivo para países mais pobres que enfrentam dificuldades no acesso a infraestrutura e tecnologias", escrevem os pesquisadores.

Publicidade


Em um artigo publicado em julho de 2020 na revista científica BMC Infectious Diseases, cientistas de instituições da Alemanha demonstraram que cachorros podem identificar a presença do Sars-CoV-2 em amostras de pessoas infectadas com uma precisão de 94%. Os animais foram treinados durante uma semana antes da realização do experimento.


É muito improvável que os animais substituam os testes laboratoriais, feitos com amostras de secreção nasal ou com saliva, e que são precisos para indicar a infecção na fase aguda. Além disso, os testes com os bichos como ferramenta de detecção de doenças carecem de mais dados.

Os estudos que colocam cães e abelhas para cheirar o Sars-CoV-2, porém, demonstram que há formas alternativas e baratas de levar ferramentas potentes de combate ao vírus até os lugares mais pobres e precários.


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade