Crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) - incluindo a Síndrome de Asperger - apresentam dificuldades na interação social, não conseguem assimilar quando contam histórias de faz de conta e principalmente, podem possuir bloqueios na comunicação verbal e não verbal, além de outros sintomas.
Pensando na melhoria da qualidade de vida de crianças que são diagnosticadas com autismo, o Professor do Departamento de Sistemas de Automação e Energia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e membro da IEEE (Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos, organização profissional dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade), Renato Ventura, desenvolveu, em parceria com a Professora Liliana Passerino, do Programa de Pós-graduação em Informática na Educação, e outros professores e estudantes, um fantoche que interage com essas crianças e melhora a comunicação das mesmas.
O objetivo do fantoche é capacitar profissionais de pedagogia para atenderem crianças que são autistas e assim melhorar o desenvolvimento comunicativo delas. De acordo com o professor Renato Ventura, o projeto também tem por finalidade ser implantado em outras universidades e escolas. "Já fizemos o uso dos fantoches em universidades e escolas da Colômbia para testar a tecnologia. Estamos preparando um projeto para financiamento em nível nacional."
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"Crianças com TEA têm dificuldade de se manterem atentas. A ideia do fantoche é justamente utilizar um meio diferente para contar histórias. Os fantoches e dedoches (usados apenas com dedos), direciona a atenção da criança para algo que ela não costuma se ater e isso ajuda em seu desenvolvimento", afirma Renato Ventura. A experiência de melhora também foi desenvolvida com a Tese de Doutorado do professor Roceli Lima da UFAM (Universidade Federal do Amazonas) e em seis meses já se percebe uma diferença na criança.
Com componentes eletrônicos e uma pequena mochila acoplada às costas do fantoche, o dispositivo tem um conjunto de hardware e software que estimula o estado de interesse da criança bem como a sua oralidade (resultado da tese do professor Roceli Lima). Além disso, o fantoche também tem uma bateria, um transmissor de wi-fi e uma placa controladora Venturino (desenvolvida pelo Professor Renato Ventura e estudantes da UFRGS). "As crianças são surpreendidas com animações dos animais representados nos brinquedos pulando e reproduzindo sons na tela ao fundo. Assim, é possível estimular o interesse de crianças que não têm a oralidade plenamente desenvolvida, criando mecanismos para nos comunicar com elas" , ressalta o professor Renato Ventura.
Sob supervisor do editor-online Rafael Fantin