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Mais da metade não compareceu!

Mesmo com abstenção recorde, MEC mantém regra que retira isenção do Enem de ausentes

Redação Bonde com Folhapress/Isabela Palhares
20 mai 2021 às 15:27
- Adriano Vizoni/Folhapress
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Mesmo depois de registrar recorde de abstenção no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), o Ministério da Educação manteve a regra que retira o direito à isenção da taxa de inscrição nas próxima edição de candidatos que faltaram na última prova, realizada no meio da pandemia, e não apresentaram justificativa.


Ainda sem garantir que o exame será realizada em 2021, a pasta abriu na segunda-feira (17) o período para que os estudantes peçam a isenção da taxa. Quem faltou na última edição deve justificar o motivo da ausência para não perder o benefício.

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O ministério, no entanto, não alterou as regras para avaliar quem deixou de ir à prova por conta da pandemia de Covid-19.
Para justificar a ausência, continuam valendo apenas os motivos de anos anteriores. É preciso apresentar documentos que comprovem, por exemplo, furto, acidente de trânsito ou morte na família no dia do exame.

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Sem a alteração, candidatos que seguiram as recomendações científicas e não foram fazer a prova por estarem com sintomas de Covid-19 ou suspeita da doença não conseguirão justificar a ausência se não tiverem atestado médico.

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Há ainda o caso de candidatos que foram barrados de fazer a prova por terem encontrado salas superlotadas. Muitos foram dispensados pelos aplicadores sem obter um documento comprovando que estiveram presentes mas foram impedidos de entrar.


O Enem 2020, realizado em janeiro de 2021 em um momento de avanço da pandemia em todo o país, teve recorde de faltas. Mais da metade dos cerca de 5 milhões de inscritos (55,3%) não compareceu ao exame.

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Na quarta-feira (19), o deputado Idilvan Alencar (PDT-CE) encaminhou um ofício ao MEC solicitando que seja suspensa, excepcionalmente em 2021 em função da pandemia, a obrigatoriedade de justificativa da ausência para a garantia de isenção no próximo exame.


Segundo Alencar, ao ignorar as circunstâncias da pandemia que impediram os candidatos de ir fazer a prova, o MEC estará prejudicando novamente os estudantes mais pobres.

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"O ministério ignora os motivos que podem ter feito o estudante não comparecer ao exame. Muitos faltaram porque estavam com medo da doença ou estavam doentes e nem sempre conseguem comprovar. É muita insensibilidade ignorar esses motivos", disse.


O valor da inscrição do Enem é de R$ 85. A cobrança para alunos de baixa renda é vista como um impeditivo importante para que façam a prova. "No momento em que deveria incentivar o aluno, o MEC opta por penalizar os mais vulneráveis", afirmou o deputado.

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A isenção da taxa de inscrição é garantida aos participantes que estão no último ano do ensino médio em escolas da rede pública. Também têm direito os que cursaram todo o ensino médio na rede pública ou como bolsista na rede privada, tenham renda familiar per capita inferior a 1,5 salário mínimo ou estejam inscritos no CadÚnico.


Se o candidato teve a isenção e faltou à prova, ele precisa justificar a ausência para não perder o direito nas próximas edições.

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A estudante Maria Lúcia Toledo, 19, é uma das que não conseguiu justificar a ausência na prova. Ela recebeu a isenção por estar no último ano do ensino médio em escola pública, mas não foi fazer o exame porque estava com sintomas de Covid-19.
"Eu não poderia ser irresponsável de ir fazer o Enem com a possibilidade de estar doente. Eram apenas sintomas leves e não consegui passar em um médico. Acho injusto ser penalizada por ter sido responsável com os outros", disse.


Caso perca o direito à isenção, ela não deve fazer a próxima edição da prova, já que o valor seria muito alto para sua família. Ela está estudando por conta própria em casa porque quer cursar pedagogia em uma universidade pública.

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"Já me sinto desestimulada por não ter apoio para estudar para o Enem. Se tiver que pagar um valor que vai deixar minha família apertada, é muito provável que eu não faça a inscrição."


Procurados, o MEC e o Inep, órgão responsável pela prova, não responderam sobre por que mantiveram as regras anteriores. Também não informaram se estudam suspender a obrigatoriedade da justificativa de ausência.

O ministério também não divulgou quantos estudantes tiveram isenção de taxa na última edição e deixaram de comparecer ao exame.


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