Um novo modelo do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) poderá ser apresentado ainda este ano, segundo o ministro da Educação, Rossieli Soares. O formato dependerá, no entanto, da aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino médio, atualmente em discussão no Conselho Nacional de Educação (CNE). As mudanças devem começar a ser aplicadas apenas após 2020.
Segundo o ministro, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) estuda atualmente como será a nova avaliação. A mudança será feita a partir da BNCC, que define o conteúdo mínimo que deverá ser ensinado em todas as escolas do país. Uma possibilidade é que haja modelos diferentes de provas para avaliar os itinerários formativos estabelecidos no novo ensino médio.
"O Inep está estudando uma proposta em paralelo, enquanto se discute a BNCC, para apresentar uma proposta para a sociedade brasileira assim que a BNCC tiver sido aprovada. Nós vamos apresentar uma proposta ainda este ano se a base for aprovada, como é o nosso desejo", disse o ministro na segunda-feira (6) no 2º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação, organizado pela Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca).
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Pelo novo ensino médio, sancionado no ano passado, parte do currículo da etapa de ensino, o equivalente a 1,8 mil horas deverá ser destinado ao conteúdo da BNCC. O restante do tempo, que varia de acordo com a rede de ensino, será destinado à formação específica. Os estudantes poderão escolher entre o aprofundamento em linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou ensino técnico.
O ministro também disse ser necessária uma adequação da formação do ensino médio, que não pode ser voltada apenas para que os estudantes se saiam bem no Enem. "O Enem precisa mudar. Não podemos fazer educação com Enem sendo o norte da educação. Pela primeira vez, o Brasil terá a oportunidade de discutir o Enem, que é porta de entrada [no ensino superior] e não porta de saída", defendeu.
Atualmente, o Enem é composto por provas de linguagens, matemática, ciências humanas, ciências da natureza e redação. Neste ano, mais de 5,5 milhões se inscreveram para o exame. As notas do exame podem ser usadas para concorrer a vagas no ensino superio público pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a bolsas em instituições particulares de ensino superior pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) e a financiamento pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).