Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Confira os dados!

Pesquisa da Assistência Social mostra perfil da população acolhida em situação de rua em Londrina

Redação Bonde com N.Com
05 mai 2021 às 16:32
- Arquivo N.Com/Vivian Honorato
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

A Prefeitura de Londrina, por meio da SMAS (Secretaria Municipal de Assistência Social), divulgou, nesta quarta-feira (5), o resultado de uma pesquisa realizada com as pessoas em situação de rua, atendidas pelos serviços de acolhimento em instituições de Londrina. O trabalho foi desenvolvido em abril de 2020, durante a fase inicial da pandemia de Covid-19, tendo como objetivo traçar um diagnóstico sobre o perfil dos acolhidos para respaldar e aprimorar os serviços, programas e projetos da política de Assistência Social e demais políticas públicas, incluindo Saúde, Habitação, Emprego e Renda, entre outras.


Realizada pela Gerência de Alta Complexidade da SMAS, a pesquisa contou com a participação de 189 pessoas, que representam 71% do total de 265 vagas de acolhimento existentes em sete das oito unidades que atendem o público adulto em situação de rua.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


O levantamento ocorreu junto às instituições Casa de Passagem MMA, Casa de Passagem Morada de Deus, Casa do Bom Samaritano e Acolhimento SOS (Serviço de Obras Sociais). Além destes, o estudo também alcançou três dos novos quatro serviços emergenciais implantados em Londrina durante a pandemia de Covid-19: Unidade Emaús, Unidade Centro de Espiritualidade Monte Carmelo e Unidade São Vicente Palotti. Neste segmento de atendimento, a pesquisa não contemplou apenas o Serviço de Acolhimento em Residência Inclusiva.

Leia mais:

Imagem de destaque
A partir das 17h

UEL: Cops divulga resultado do processo seletivo para vagas remanescentes nesta sexta

Imagem de destaque
Diz ministra

Aprovados no Concurso Nacional Unificado terão curso de formação

Imagem de destaque
Saiba mais

Centro de Oficinas para Mulheres em Londrina oferta curso de Design de Sobrancelhas

Imagem de destaque
Ensino Superior

Brasil tem 22 graduações avaliadas entre as melhores do mundo, aponta ranking


O trabalho de pesquisa, que não possui caráter acadêmico, foi realizado pelos educadores dos serviços que atuam nas referidas unidades, por meio de aplicação de questionários com perguntas fechadas. Além de dados pessoais como nome, data de nascimento, idade e cidade de origem, os usuários dos serviços informaram o motivo por estar em sua situação de rua, demanda de trabalho, habitação, profissão e forma de renda. Em relação à saúde, cada um respondeu se há dependência química, se aceita tratamento de saúde no uso de substância psicoativa, se possui deficiência física ou transtorno mental, qual situação familiar, se deseja acolhimento, e se aceitaria o encaminhamento para o serviço de acolhimento em república.

Publicidade


A secretária municipal de Assistência Social, Jacqueline Marçal Micali, salientou que a pesquisa fornece dados que ajudam a identificar demandas importantes para aprimorar diferentes políticas públicas e serviços voltados às pessoas em situação de rua. "É essencial entender a realidade e extrair quais são as principais necessidades deste público para que seja oferecido o devido suporte. Existem vários fatores envolvidos, como a questão da falta de habitação, o crescimento do desemprego, o alto índice de dependência química, pessoas com deficiência, doenças e outras condições que exigem atendimento em saúde mental e física. A maior parte dos acolhidos ainda mantém vínculos familiares, mesmo que fragilizados, e este é outro ponto importante apontado pela pesquisa que precisa ser trabalhado para que essas pessoas consigam receber amparo e deixar a situação de rua”, disse.


Devido à ampliação significativa dos atendimentos, os dados compilados para esta pesquisa terminaram de ser organizados e sistematizados pelas equipes da SMAS apenas em 2021.

Publicidade


Dados – Mais da metade dos entrevistados (56%) tinham idade entre 35 e 59 anos, e 28% refere-se a jovens de 18 a 34 anos. Idosos de 60 a 79 anos formam os outros 16% deste público. Quase 65% são moradores do Paraná, e 21% vem do estado de São Paulo, sendo muitas dessas pessoas em busca de uma oportunidade de emprego.


Como motivo declarado para estar em situação de rua, 36% dos usuários atendidos apontaram que necessitam do acolhimento por conta, principalmente, de conflitos familiares, e 25% informaram o desemprego como causa maior da permanência na rua. De acordo com o IBGE, no segundo trimestre de 2020, a taxa de desocupação no país foi de 13,3%, com aumento de 1,1% em relação ao primeiro trimestre de 2020 (12,2%). Dados de 30 de novembro de 2020 apontam que o desemprego havia chegado a 14,6% no terceiro, com alta em diversos estados.

Publicidade


Uma dos pontos que chamam atenção no resultado da pesquisa foi o fato de a maioria dos acolhidos ainda possuírem laços familiares, mesmo que fragilizados. Do total de entrevistados, 38% mantém contato com familiares e 14% manifestaram ter vínculos fragilizados, mesmo estando inseridos em um serviço de Alta Complexidade, no qual se pressupõe o rompimento dos vínculos familiares. Este indicador reforça a necessidade de um trabalho entre acolhido e familiares, seja para retorno familiar ou rompimento do ciclo de fragilização e ruptura de vínculos.


Em relação à renda, 51% dos usuários participantes da pesquisa não tinham acesso a nenhuma fonte, sendo que 86% do total não conseguiu ter acesso ao auxílio emergencial, fato também identificado pelas equipes, uma vez que o recebimento deste benefício necessitava de aparelho de celular próprio, o que não é a regra para pessoas em situação de rua. O levantamento também indicou que 89% dessas pessoas desejaria se inserir no mercado de trabalho, mas encontram dificuldades de inserção devido a vários aspectos como a ausência de escolaridade, uso de substância psicoativa e a desorganização que este tipo de uso traz para a vida.

Publicidade


Sobre a necessidade de atendimento da saúde mental devido ao uso de substância psicoativa, 65% dos entrevistados indicou esta necessidade, fato que as equipes das unidades identificam empiricamente. Nesse caso, o tratamento é fundamental para que a pessoa consiga superar a situação de rua, sendo que as evasões, as dificuldades de iniciar um novo ciclo de vida, ou até mesmo do retorno familiar, estão relacionadas à dependência química e todas as suas implicações.


Os serviços específicos ofertados para pessoas em situação de rua, prestados pela Secretaria Municipal de Assistência Social, englobam como o Seas (Serviço Especializado em Abordagem Social) e o Centro POP (Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua), Serviços de Acolhimento Institucional e Serviços de Acolhimento em Repúblicas. Todos estes são instrumentos que buscam garantir o enfrentamento das desproteções sociais advindas desta situação.

Publicidade


Em breve, a pesquisa estará disponível, na integra, no portal da Prefeitura, pelas páginas da CMAS (Assistência Social e Conselho Municipal de Assistência Social).


Mais acolhimentos – Durante o período de pandemia de Covid-19, o volume de demandas gerais da SMAS aumentou cerca de 300%, sendo uma das prioridades da pasta o suporte à população que vive em situação de rua, levando em conta as desproteções sociais decorrentes dessa realidade, como o agravamento do risco à saúde, ampliação do desemprego e fragilização dos vínculos familiares, dentre outros fatores. Em determinados momentos de 2020, houve picos de aumento de até 700% em atendimentos a demandas relacionadas aos vários serviços da Assistência Social.


A secretária de Assistência Social, Jacqueline Marçal Micali, ressaltou que a Secretaria Municipal de Assistência Social criou, no início da pandemia, um Plano de Contingência para organizar e nortear as ações voltadas à proteção social necessária ao enfrentamento, redução e reparação de impactos gerados pela pandemia decorrente do coronavírus.

Nesse contexto, Micali informou que o número de vagas para acolhimento a adultos precisou ser mais que duplicado após o início da pandemia, chegando a 265 vagas permanentes. "Em 2020, foram criadas 150 novas vagas nas quatro novas unidades emergenciais implantadas, que foram todas ocupadas, assim como as 115 vagas já existentes”, citou.


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade