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UEL estuda criar centro de pesquisa para Cannabis em parceria com universidade dos EUA

Redação Bonde com Agência UEL
25 mai 2023 às 16:30

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- Divulgação/COM
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A UEL (Universidade Estadual de Londrina) já faz tratativas iniciais para a criação de um centro multidisciplinar de pesquisas envolvendo plantas do gênero Cannabis. O objetivo das primeiras movimentações, que envolvem a ARI (Assessoria de Relações Internacionais), é formalizar um protocolo de intenções para futuras colaborações científicas e mobilidade acadêmica entre a UEL e a Southern Illinois University (EUA).


Localizada em Carbondale, Sul de Illinois, a universidade possui um dos mais avançados centros de pesquisas em Cannabis do mundo, tendo em seu corpo docente o pesquisador e ex-aluno do curso de Agronomia da UEL José Franco da Cunha Leme Filho. No início deste mês, Leme Filho também foi um dos pesquisadores convidados do Saca (Simpósio de Atualização em Ciências Agronômicas), evento organizado pelo Curso de Agronomia.

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O coordenador do escritório de apoio ao pesquisador da ProPPG (Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação) da UEL, Claudemir Zucareli, lembra que as discussões para a implementação da parceria acadêmica nessa temática ocorrem em meio a uma revolução científica e tecnológica em torno das possibilidades de uso da Cannabis. A planta, diz, tem potencial que vai muito além das aplicações medicinais. Desta forma, com o avanço da parceria, a UEL pode, de forma pioneira, contribuir para a produção de conhecimento e tecnologias acerca de plantas deste gênero, uma forte e atual demanda da comunidade e da iniciativa privada.

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“Enxergamos a possibilidade de desenvolvermos projetos multidisciplinares envolvendo pesquisadores da UEL de diferentes áreas do conhecimento, com suas expertises, em torno desta temática. Após o protocolo de intenções, a sequência deste trabalho seria começarmos a desenvolver acordos de cooperação científica e tecnológica, com um plano de trabalho e detalhamento das ações que possam ser desenvolvidas”, adianta.

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Neste sentido, as pesquisas envolvendo o uso da Cannabis podem avançar para além das técnicas de produção no campo e os seus aspectos medicinais, o que já vem sendo amplamente estudado. As pesquisas também têm potencial para serem ampliadas para outras áreas como a construção civil, a indústria têxtil e a produção de alimentos.


Ciência X suposições

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José Franco da Cunha Leme Filho esteve na ProPPG na manhã da última sexta-feira (19). Engenheiro agrônomo formado em 2011, possui mestrado pela Universidade de Auburn (Alabama) e doutorado pelo Instituto Politécnico e Universidade Estadual da Virgínia, que é mundialmente conhecido como “Virginia Tech”. Já na Southern Illinois University é pesquisador nas áreas de Ciência da Cannabis e Sistemas de Cultivo, trabalhando no desenvolvimento de técnicas para maximizar a produção e a qualidade de canabinóides, não-canabinóides (terpenos, flavonoides e óleos essenciais), fibra, e grãos por meios fisiológicos, bioquimicos e agronômicos.


Ele lembra que, das mais de duas mil cultivares da planta conhecidas atualmente, apenas as que possuem concentração de THC maior do que 0,3% são proibidas pela legislação dos EUA. Desta forma, restam lacunas muito grandes para serem exploradas e até questões de natureza filosófica ainda muito distantes de serem respondidas.

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“Até o momento, existem avenidas de pesquisa que falam que os canabinóides, incluindo o THC (Tetrahidrocanabinol), são produzidos pela planta como um meio de defesa contra insetos ou alguma outra forma de estresse. Mas, ainda há muito a ser estudado para compreensão das características ecofisiológicas e potencial comercial da planta. E, então, esta planta está produzindo 40% da sua biomassa para que? Apenas para a produção dos canabinóides?”, pergunta o pesquisador.


Professor convidado do Saca, José Leme Filho foi responsável por abordar com os participantes, também, caminhos e oportunidades para uma carreira internacional. Em seguida, ministrou palestra sobre o potencial agronômico e os avanços no manejo para o cultivo legalizado do gênero Cannabis nos EUA.


“O principal objetivo é lutar pelo direito de estudar essa planta porque, enquanto não se tem uma base científica para se apontar pontos negativos e positivos, estaremos apoiados em suposições”, finaliza o pesquisador.

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