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Qual a relação entre o Paraná e o Brasil na 1ª Guerra?

Redação Bonde
31 dez 1969 às 21:33
- Reprodução
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No início do século XX, após anos de estreita aliança com a Grã-Bretanha, a República brasileira voltou suas atenções para os Estados Unidos. Essa radical mudança de eixo em nossas relações exteriores, estabelecida durante a gestão do barão do Rio Branco no Itamarati (1902-1912), foi além do plano político-diplomático. Também no tocante às relações econômicas internacionais, que envolvem tanto o comércio como as relações financeiras, os Estados Unidos substituíram a Inglaterra como principal parceiro do Brasil.

A eclosão da Primeira Guerra Mundial, em julho de 1914, não trouxe alteração na política externa brasileira. Desde o início o Brasil declarou sua completa neutralidade, e só quase no final da guerra mudou de posição. Em 3 abril de 1917, um bloqueio naval imposto pela Alemanha à Grã-Bretanha, França, Itália e todo o Mediterrâneo Oriental levou ao torpedeamento do navio brasileiro Paraná, que navegava nas águas bloqueadas.

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O Paraná, que não levava armas pois o Brasil ainda era considerado país neutro na guerra, era o melhor vapor da Companhia de Comércio e Navegação. Deixou o Rio de Janeiro com destino ao porto de Le Havre (França). Navegava com todas as luzes acessa e o pavilhão nacional pintado nos bordos e estendido no mastro. No início da noite daquele dia 3 de abril, o vapor, sem aviso, foi atingido por um torpedo a bombordo (na altura do compartimento de máquinas apenas um metro abaixo da linha de navegação). Após o ataque o submarino alemão veio à superfície e manobrou, mudando de bordo, e acertou outros cinco tiros de canhão no navio com a nítida intenção de afundar rapidamente o vapor.

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Conseqüências


A conseqüência imediata foi a ruptura de relações diplomáticas entre Brasil e Alemanha (11 de abril de 1917). Logo a seguir, em maio de 1917, outro navio brasileiro foi afundado por submarinos alemães. Dessa vez, a reação do presidente Venceslau Brás foi ainda mais severa: enviou mensagem ao Congresso Nacional solicitando a encampação dos navios mercantes alemães estacionados em portos brasileiros, o que, na prática, estabelecia o fim da neutralidade. Outros dois navios brasileiros foram torpedeados, enquanto internamente crescia a agitação popular e nacionalista, favorecendo claramente uma tomada de posição do governo ao lado dos Aliados. O ministro das Relações Exteriores, Lauro Müller, devido à sua ascendência alemã, foi substituído por Nilo Peçanha. Não se deve esquecer também que os Estados Unidos, principal aliado do Brasil em questões internacionais, haviam recuado de seu isolacionismo inicial e declarado guerra à Alemanha em abril de 1917. Afinal, em 27 de outubro o Brasil proclamou o estado de guerra contra o Império Alemão.

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A participação militar brasileira na Primeira Guerra Mundial foi modesta e tardia. Além de uma equipe médica, que se estabeleceu na França, foram enviadas divisões navais incumbidas de se juntar às forças britânicas e americanas para dar proteção às rotas do Atlântico. Uma parte dessas divisões foi contaminada em Dacar pela gripe espanhola, e o restante chegou a Gibraltar um dia antes da declaração de armistício.


Paz

A delegação brasileira à Conferência de Paz de Paris, realizada entre 1919 e 1920, foi chefiada por Epitácio Pessoa. Sua participação se limitou, de modo geral, a seguir o voto da delegação norte-americana. Mas foi signatária do Tratado de Versalhes, que estabeleceu as condições de paz entre os Aliados e a Alemanha, e representou o Brasil como membro fundador da Liga das Nações. O principal órgão deliberativo da Liga era o Conselho Executivo, composto de membros permanentes (Grã-Bretanha, França, Itália e Japão) e membros provisórios, eleitos para um mandato de três anos. O Brasil foi eleito membro provisório para dois mandatos sucessivos, em 1921 e 1925. Entretanto, uma mudança de rumo na política das potências européias em relação à Alemanha, por volta de 1925, fez com que fosse vista com bons olhos a integração do antigo inimigo no Conselho Executivo da Liga, na condição de membro permanente. O Brasil deixou claro que apoiaria uma ampliação do Conselho, desde que também fosse incluído como membro permanente. A ausência de apoio à reivindicação brasileira, tanto da parte das grandes potências como dos países latino-americanos, gerou um impasse que resultou no veto brasileiro à entrada da Alemanha, logo seguido da retirada do Brasil do Conselho Executivo. Ambos os gestos foram determinados diretamente pelo presidente Artur Bernardes e seu ministro das Relações Exteriores, Félix Pacheco, e foram cumpridos apesar da oposição do então do chefe da delegação brasileira, Afrânio de Melo Franco. Por fim, o Brasil comunicou oficialmente sua retirada da Liga, em junho de 1926, por intermédio de nota dirigida à Secretaria Geral onde era duramente criticada a atuação das grandes potências.


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