A Justiça de Pernambuco determinou o bloqueio de R$ 20 milhões em bens da empresa Balada Eventos, que tem o cantor Gusttavo Lima como um dos seus sócios. A determinação aconteceu no âmbito da operação que investiga suposta organização criminosa que atua em jogos ilegais e lavagem de dinheiro deflagrada na quarta (4).
Leia mais:
Saiba o que é Doença de Crohn, que afeta o jornalista Evaristo Costa
Relógio que fala as horas com a voz de Silvio Santos é vendido por R$ 89
Britney Spears diz que sofreu acidente em lareira
MC Guimê se manifesta após desabafo de Lexa sobre dívida e rebate críticas
A informação foi divulgada no domingo (8) pelo Fantástico, da TV Globo, e confirmada pela Folha.
A juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, acatou pedido da Polícia Civil para fazer o bloqueio dos bens.
Uma empresa do empresário paraibano José André da Rocha Neto, dono da VaideBet, comprou um avião pertencente a Gusttavo Lima, segundo a investigação. O empresário paraibano teve R$ 35 milhões em bens pessoais bloqueados, além de bloqueios em empresas em seu nome. Rocha Neto estava em viagem à Grécia no dia em que foi deflagrada a operação e não se entregou à polícia.
"Demonstra-se aqui mais um ato de ocultação dos valores obtidos pela empresa dos jogos ilegais na lavagem de capitais, a adquirente paga milhões de reais pela aeronave, prova é que o casal [José André e sua esposa Aislla Rocha] viajou para os EUA nela, após sua aquisição, mas não a transferiu para seus nomes ou de empresas de sua propriedade", acrescenta o relatório assinado pelo delegado Paulo Gondim, da Polícia Civil de Pernambuco.
Em outro trecho do relatório, os investigadores da Polícia Civil afirmam também que, por meio da Esportes da Sorte, o esquema teria usado a Balada Eventos e outras duas empresas para lavagem de dinheiro.
Em publicação nas redes sociais na segunda-feira, o cantor Gusttavo Lima disse que "a Balada Eventos foi inserida no âmbito da operação simplesmente por ter transacionado comercialmente com essas empresas investigadas".
"Houve excesso, sim, por parte da autoridade. Poderia ter sido emitida uma intimação para que a Balada Eventos prestasse conta dos valores recebidos dessas empresas", escreveu.
O advogado Cláudio Bessas, que defende a Balada Eventos, disse, em nota, no domingo (8), que a compra e venda do avião "seguiu todas as normas legais" e que "isso está sendo devidamente provado para a autoridade policial e o Poder Judiciário".
"Gusttavo Lima apenas mantém contrato de uso de imagem em prol da marca VaideBet", diz trecho da nota.
"A Balada Eventos e Gusttavo Lima não fazem parte de nenhum esquema de organização criminosa de jogos ilegais e lavagem de dinheiro", completa a manifestação da defesa.
Em nota, a defesa de José André da Rocha Neto e de Aislla Sabrina Rocha disse que os dois "não praticaram qualquer ilegalidade e isso será demonstrado com fatos e documentos na investigação" e que "a medida de prisão não se justifica".
"Os empresários são primários, tem bons antecedentes e não existe qualquer indício de sua participação em atos ilícitos. Sempre estiveram à disposição da justiça para prestar qualquer esclarecimento e todo seu patrimônio é declarado e regular", dizem os advogados.
A VaideBet disse que não fez nota de posicionamento porque a empresa não é alvo da operação. A reportagem perguntou se há previsão para Rocha Neto voltar ao Brasil, mas a assessoria de imprensa da empresa disse que a única manifestação de momento é a que consta na nota dos advogados.
Na noite do domingo (9), o diretor jurídico da Esportes da Sorte, Gabriel Oliveira, divulgou um pronunciamento. Ele classificou a operação como um "desserviço" e disse que a empresa é culpabilizada por ser transparente. "[A operação] atenta com o que deveria ser sua finalidade: a verdade", disse.
"Temos a certeza da nossa inocência, seguimos onde sempre estivemos, à disposição da Justiça. Temos a certeza de que tudo isso será lembrado como um episódio desarrazoado, desproporcional e irresponsável", acrescentou Oliveira.