O ator Peter Fonda morreu nesta sexta-feira (16) aos 79 anos, em sua casa, em Los Angeles, cercado por sua família. Ele tinha câncer de pulmão e teve insuficiência pulmonar. "Enquanto nós lamentamos a perda desse doce e gracioso homem, também desejamos que todos celebrem seu indomável espírito de amor e vida", disse a família, em nota.
Seu pai, Henry Fonda, foi um dos maiores atores da fase dourada de Hollywood (entre os anos 1930 e 1960), enquanto a irmã, Jane, firmou-se como sexy simbol e a principal intérprete de um cinema panfletário, que marcou a década de 1970.
Mesmo assim, Peter Fonda deixou sua marca ao participar de Easy Rider (no Brasil, Sem Destino), filme de 1969 que praticamente inaugurou um movimento que modernizou Hollywood. O longa lhe rendeu uma indicação para o Oscar de roteiro original.
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Easy Rider tornou-se um clássico da contracultura ao apresentar uma visão moderna e nada edulcorada da América. Se antes o território era desbravado pelas lentes épicas de John Ford e seus westerns clássicos, agora era apresentado um caubói moderno
Fonda estava em um hotel em Toronto, no Canadá, quando teve a ideia: por que não fazer um eastern em vez de um western? E, ao invés de rumar para a Califórnia, ir para New Orleans? Finalmente, no lugar de um puro-sangue, uma Harley Davidson, montada por um cara sujo, incumbido de fazer uma entrega de cocaína?
Empolgado com a própria ideia (que incluiria drogas, sexo, violência e rock em um mesmo filme), Fonda precisou de dois anos até conseguir realizar o longa, que teve sua produção e a direção de Dennis Hopper. Afinal, eram dois artistas que viviam à sombra de Hollywood, vivendo de papéis secundários e descontentes com os filmes de então. À dupla, se juntou outro outsider, Jack Nicholson.
Com baixo orçamento (US$ 360 mil), o longa teve uma filmagem conturbada, marcada por briga de egos, mas seus diálogos em tom naturalista e cenas inusitadas (como a de um bordel ou a que mostra uma viagem alucinógena) tornaram o filme no que melhor retratou a encruzilhada da cultura e comportamento americanos naquela década de 1960.
A partir daí, Peter Fonda não mais encontrou um bom papel, com exceção de O Ouro de Ulisses, de 1997, que lhe rendeu uma indicação para o Oscar
Nascido em Nova York em 1940, Peter fazia parte de uma família de atores e, quando tinha apenas 10 anos, sua mãe, Frances Ford Seymour, morreu. Ele iniciou sua carreira no começo dos anos 1960, na Broadway.
O ator tinha uma relação difícil com o pai, mas ele contou que os dois se aproximaram ao longo dos anos antes de Henry Fonda morrer, em 1982.
Um de seus últimos filmes foi o Motoqueiro Fantasma, de 2007, onde interpretou o personagem Mefisto.