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Previsões do cinema para 2022 incluem piora da Covid e dia de matança liberada

Leonardo Sanchez - Folhapress
30 jan 2022 às 15:17
- Pixabay
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O ano virou com clima de esperança. Muita gente achava que 2022 já seria, logo de cara, menos pandêmico e mais alegre do que seu antecessor. Mas o aumento de casos de Covid causado pela variante ômicron frustrou essa largada, deixando muita gente reticente quanto ao que esperar deste ano novo.


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Nada, no entanto, deve ser pior do que as previsões que o cinema fez para 2022, que desenham um cenário distópico, de destruição por diferentes motivos, para os dias à frente. Antes de entrar nos extremos da ficção científica, um filme chama a atenção por estar mais calcado na realidade e ser fruto dessa mesma pandemia.

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Lançado há cerca de um ano, "Pânico em Casa" está longe de ser memorável. Ele se destaca, no entanto, por ter sido feito durante o isolamento pela Covid-19 e por ter sua história centrada nela. O roteiro nos leva até abril de 2022 para imaginar como estaria o mundo após meses de coronavírus -e a previsão não é nada boa.

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O vírus causador da doença já mutou diversas vezes e, na trama, chegou a uma variante que é três vezes mais transmissível e duas vezes mais letal. Isso elevou o número de vítimas fatais para 253 milhões em todo o mundo.


Também causou a desintegração do Reino Unido, que, em crise, decidiu se dividir em dois Estados, e transformou o Central Park, em Nova York, num enorme hospital de campanha. Muros dividem áreas das cidades para pessoas com anticorpos e sem, enquanto as ruas são patrulhadas por policiais brutos que usam máscaras de gás daquelas à la Chernobyl.

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Em "Pânico em Casa", o mundo mergulha num quase estado de exceção, algo que também acontece em "Uma Noite de Crime", lançado em 2013 e que mostra os Estados Unidos, em 2022, como um país que superou a criminalidade e com taxas de desemprego na casa do 1%. Mas essa utopia não foi conquistada sem que se pagasse um preço altíssimo por ela.


No que hoje é uma franquia que engloba cinema e televisão, descobrimos que o país entrou em colapso no início dos anos 2010 devido ao crime e ao aumento populacional. Para contornar o problema, um grupo de políticos cria o "expurgo", um feriado nacional em que qualquer tipo de delito é permitido -de roubo a assassinato.

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O primeiro filme da franquia se passa justamente em 2022, quando a data é finalmente aceita pela maioria da população, que já está totalmente adaptada ao feriado sangrento, com casas paramentadas com sistemas de segurança ultramodernos -para os que podem pagar- e muita gente com coleções extravagantes de armas, mesmo que de uso anual.


O crescimento desenfreado da população também está por trás da nova sociedade concebida para o filme "No Mundo de 2020", que, apesar do ilógico título em português, se passa em 2022. Originalmente batizado de "Soylent Green", o longa de Richard Fleischer foi lançado em 1973 e trazia Charlton Heston no papel de um policial que investiga o assassinato de um empresário influente.

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A vítima é uma das mentes por trás do "soylent green" do título, uma barrinha milagrosa capaz de alimentar boa parte da população num planeta onde já não há campos para a agricultura ou animais para o abate. "Manteiga de verdade" e "alface fresco" deixaram de circular até mesmo nos círculos mais elitistas e, numa cena, a esposa de um milionário recebe a chance de comprar um produto exclusivíssimo -um bife.


Este é um privilégio que apenas os muito endinheirados têm e que, guardadas as devidas proporções, ecoa um pouco a atual impotência do povo brasileiro diante do preço da carne bovina no país, que no fim do ano passado apresentou uma inflação de mais de 10% em relação ao ano anterior.

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Outro acerto é que muitos figurantes do longa são vistos de máscara. Não por causa de uma pandemia específica, mas pela alta densidade demográfica na Nova York do filme e pelos altos índices de poluição.


"Soylent Green" também previu, nesse caso erroneamente, que mulheres seriam como mobília e, quando seu "dono" morresse, elas ficariam disponíveis para o próximo locatário do imóvel em que moram. Nas ruas, quando há protestos, retroescavadeiras removeriam os manifestantes sem qualquer pudor.

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E, para controlar a população, o governo ofereceria clínicas de suicídio assistido, onde os mais velhos poderiam encurtar a vida em troca de 20 minutos de regalias às quais não têm mais acesso.


O aumento populacional, desta vez dentro das cadeias, é um problema também em "Fuga de Absolom", de 1994. Para resolver a questão, os países exilam seus condenados em ilhas prisões, que têm um funcionamento próprio e sem qualquer acesso ao continente -mas isso cria territórios controlados na base da violência pelos próprios prisioneiros. Em 2022, o personagem de Ray Liotta é mandado para uma delas, mas parece determinado a escapar.


As ameaças que o cinema previu para os próximos meses, no entanto, não são só motivadas por ideias ruins de gente importante. É no espaço que moram alguns dos personagens dispostos, na ficção, a aniquilar uma boa porção de seres humanos.


No ano passado mesmo tivemos a estreia de "A Guerra do Amanhã". No longa estrelado por Chris Pratt, uma invasão alienígena só ocorre nos anos 2050, mas é em 2022 que os terráqueos do futuro vão buscar ajuda, por meio de uma tecnologia de viagem no tempo. O objetivo é recrutar a população da época para lutar na guerra contra os colonizadores.


Os personagens do futuro aparecem para seus antepassados durante a disputa da final da Copa do Mundo do Qatar, programada para novembro. Apesar da iminente destruição do planeta por alienígenas, a boa notícia, ao menos para os brasileiros, é que a nossa seleção está na partida, prestes a tomar a dianteira do placar quando é interrompida pelos viajantes temporais.


Máquinas capazes de transportar as pessoas para o passado também ajudam a combater os alienígenas de "Time Runner", estrelado por Mark Hamill em 1993. Aqui, a invasão acontece em 2022 mesmo e o protagonista precisa voltar para os anos 1990 para tentar mudar o futuro.


Outro astro da franquia "Star Wars" que tentou prever como 2022 seria nas telas foi Billy Dee Williams, em "Alien - A Intrusa", também lançado em 1993. Desta vez, a ameaça vem da realidade virtual usada de forma problemática pelos homens, que querem ter fantasias eróticas com as mulheres de seus sonhos. Só que essas projeções irreais ganham muito poder e a tecnologia vira uma ameaça.


Ainda no espaço, "O Lado Sombrio da Lua", de 1990, acertou ao imaginar que hoje nós teríamos mais facilidade para explorar o universo. Mas definitivamente errou ao criar uma trama em que a tripulação de um ônibus espacial, perdido durante uma missão em 2022, seria aterrorizada por uma possessão demoníaca.


Haja criatividade para tantas previsões excêntricas. Ao menos em "Tempestade: Planeta em Fúria", que também não impôs limites à imaginação em 2017, a motivação para o caos que toma a Terra vem acompanhada de uma denúncia bem realista.


Estrelado por Gerard Butler, o filme mostra um 2022 em que vários países se uniram para construir uma espécie de escudo que protege o planeta das mudanças climáticas. Quando os satélites a cargo do serviço começam a falhar, catástrofes naturais se tornam frequentes.


Se for levar o roteiro a sério, espere tsunamis colossais invadindo cidades costeiras, chuvas de granizo do tamanho de carros e aviões congelados caindo sobre a população e tornados aparecendo simultaneamente em várias regiões nos próximos meses.


Esse cenário parece um tanto extremo para 2022, mas quem sabe não se torne realidade daqui a algumas décadas se nós nada fizermos em relação à crise do clima. "Tempestade: Planeta em Fúria" é um péssimo exercício de futurologia, mas talvez seja um ótimo alerta.

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